segunda-feira, 29 de novembro de 2004

2º ENCONTRO DO MULTIPLY!!!

Start:     Dec 3, '04 7:00p
Location:     Creperia La Marguerita - 2º piso - Cobal do Humaitá
Devido ao estrondoso sucesso do finado 1º encontro (ver fotos em Cobal e Cobal 2 - mais blah blah blah e ti ti tis), realizado no último domingo nesta cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, e à ausência de alguns ilustríssimos representantes do febeapá etílico-cultural que assola o reino encantado multipláico, resolveu-se pela imediata (quase) realização do 2º MULTI-ENCONTRO BLÁBLÁBLÁ. A presença de participantes de outras cidades e, até mesmo, de outros Estados da federação, está confirmada!

Desta vez, poderemos contar com a degustação (?) de exclusivérrimos ovos azuis de galinhas pretas (!) e porções de um tal doce de gila (!) cuja tonalidade é variável segundo o tempo de exposição ao sol.

Para os tímidos e nem um pouco excêntricos, recomenda-se a consumação dos crepes simplesinhos da casa...

(texto da dona do boteco virtual da semana, nossa querida e sorridente Carmen)

"TUDO SOBRE MINHA MÃE", de Pedro Almodóvar, no Odeon

Start:     Dec 1, '04 8:30p
Location:     Cinema Odeon BR - Pça. Floriano, 7 - Cinelândia - tel. 2240-1093
AÍ, PESSOAL!!! Nesta quarta-feira, dia 1º de dezembro, às 20:30hs no cine Odeon, na Cinelândia, será exibido TUDO SOBRE MINHA MÃE, de Pedro Almodóvar. É dentro da programação da Sessão Cineclube. É sessão única, não tem outro dia ou horário.

O preço do ingresso é R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia).
E AÍ, VAMOS??? ;-))

CONVÊNIO ESTACIONAMENTO CINELÂNDIA
R$ 3,00 por 4 horas
R$ 4,00 - sábados, domingos e feriados (por dia).
Pegue seu selo-desconto na bilheteria do cinema.

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Sinopse

No dia de seu aniversário, Esteban ganha de presente da mãe, Manuela, uma ida para ver a nova montagem da peça "Um bonde chamado desejo", estrelada por Huma Rojo (Marisa Paredes). Após a peça, ao tentar pegar um autográfo de Huma, Esteban é atropelado e termina por falecer. Manuela resolve então ir até o pai de Esteban, que vive em Barcelona, para dar-lhe a notícia, quando encontra no caminho o travesti Agrado, a freira Rosa (Penélope Cruz) e a própria Huma Rojo.

sábado, 27 de novembro de 2004

HOJE! Encontro do Multiply na Cobal do Humaitá!!!

Start:     Nov 28, '04 7:00p
Location:     Pizza Park, na Cobal do Humaitá, Rio de Janeiro.
Hoje, domingo, 28 de novembro, às 19hs, no Pizza Park da Cobal do Humaitá, o primeiro encontro do Multiply!!!

APAREÇAM!!!! :-))

"BRAZIL, O FILME" ("Brazil", 1985), de Terry Gilliam

Rating:★★★★★
Category:Movies
Genre: Cult


Direção: Terry Gilliam
Roteiro: Terry Gilliam, Charles McKeown, Tom Stoppard, Laura Kerr, Frank Gill Jr.
Produção: Arnon Milchan, Robert North, Patrick Cassavetti / 20th Century Fox, Universal
Fotografia: Roger Pratt
Montagem: Julian Doyle
Música: Michael Kamen, Walter Scharf
Direção de Arte: John Beard, Keith Pain, Norman Garwood
Elenco: Jonathan Pryce, Kim Greist, Michael Palin, Robert De Niro, Katherine Helmond, Ian Holm, Ian Richardson, Peter Vaughan, Bob Hoskins, Charles McKeown, Jim Broadbent, Jack Purvis

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Sam Lowry: My name`s Lowry. Sam Lowry. I`ve been told to report to Mr. Warrenn.
Porteiro do Centro de Retenção de Informações: Thirtieth floor, sir. You`re expected.
Sam Lowry: Um... don`t you want to search me?
Porteiro: No sir.
Sam Lowry: Do you want to see my ID?
Porteiro: No need, sir.
Sam Lowry: But I could be anybody.
Porteiro: No you couldn`t sir. This is Information Retrieval.

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Bob Hoskins também aparece aqui, nesta distopia extraordinária de Terry Gilliam. Sam Lowry (Jonathan Pryce) vive num Estado totalitário controlado pelos computadores e pela burocracia. Ele é um funcionário público, que mora num cubículo onde tudo é automático e embutido, e que é promovido para trabalhar no departamento de Retenção de Informações do governo. Nesse Estado, às voltas com a repressão ao terrorismo, todos são governados pelas fichas de arquivos pessoais e pelos cartões de crédito, e todos devem pagar por tudo, até pela permanência na prisão. Quando seqüestrados pelos agentes especiais do governo, a família da vítima assina o recibo por ele. E também o recibo do recibo. Existem canos imensos por toda parte, responsáveis pela transmissão de informações, interligando os apartamentos, os prédios, toda a cidade, e que são anunciados alegremente na televisão. Nesse mundo opressivo e absurdo, Sam se apaixona pela terrorista Jill Layton (a bela Kim Greist) e se refugia em sonhos fantásticos, que incluem um par de asas, samurais frankenstenianos e mutantes cibernéticos.

Uma salada de influências que incluem George Orwell, Franz Kafka, os irmãos Marx, Anthony Burgess e "Blade Runner", "Brazil, o Filme" pode muito bem ser definido como o "1984" de Terry Gilliam. Único norte-americano do grupo inglês Monty Python, Gilliam era o responsável pelas animações malucas dos filmes e do programa de TV do grupo, além de escrever e atuar. Mais tarde ele despontou também como cineasta, nos trazendo filmes fantásticos e cheios de imaginação. Porém, "Brazil" continua sendo sua grande obra-prima. O mundo sombrio, bizarro e claustrofóbico (as estradas são totalmente ladeadas de outdoors de publicidade para esconder a devastação das florestas e bosques em volta e o despejo de lixo químico e radioativo) foi temperado com o humor corrosivo, o ‘nonsense’ e os delírios criativos típicos do Monty Python. A música de Ary Barroso, "Aquarela do Brasil", foi a inspiração primeira de Gilliam, que ao ouví-la certa vez imaginou "um paraíso tropical poluído por esgoto, vazamentos de óleo, lixo tóxico e papelada burocrática", segundo a sua ótica singular. "Um cruzamento de Frank Capra com Franz Kafka" segundo ele, "Brazil" é um filme que não se encaixa perfeitamente em nenhuma camisa-de-força de gênero. É comédia, épico, aventura, terror, ficção científica, policial, filme de ação, romance, tudo isso numa embalagem só.

Um elenco de primeira completa o delírio de Gilliam: o Pythoniano Michael Palin (Jack Lint, colega de trabalho de Sam), Ian Holm (Sr. Kurtzmann, o chefe de Sam), Bob Hoskins (o sarcástico técnico em consertos Spoor), Katherine Helmond (a extravagante mãe de Sam), Jim Broadbent (o cirurgião plástico dela), Ian Richardson (Sr. Warren), Peter Vaughan (Sr. Helpmann) e até Robert De Niro (numa participação especialíssima como o técnico autônomo e terrorista Harry Tuttle).

"Brazil" foi o meu filme de 1985, o melhor filme que assisti no cinema naquele ano. Vi várias vezes, sendo que uma delas foi no cine Palácio, no Centro do Rio. Na saída, ainda atordoado com o mundo enlouquecido de Terry Gilliam e com o destino de Sam Lowry (tá achando que eu vou contar final de filme aqui? De jeito nenhum!), eu cruzei com um sujeito mais velho, da minha altura, um pouco mais gordo que eu na época, com uma barba mal-feita, casacão e cabelos despenteados. Sabia que conhecia ele de algum lugar! Claro, das telas dos cinemas, especialmente do que eu tinha acabado de sair! Mais tarde no jornal veio a confirmação: o extraordinário Robert De Niro estava no Rio e tinha passado a tarde no cine Palácio sozinho, revendo seu último filme, "Brazil". Só lamento não ter pego nem um autógrafo, nem ao menos ter cumprimentado ele. Se bem que eu corria o risco de ouvir "are you talking to me?"... :-)

A VINGANÇA DO BASTARDO, de Eleonora V. Vorsky


Description:
Ação, espionagem, romance, sexo, ficção científica, catástrofe, histeria, pânico, correria, pisoteamento, massacre! Tudo isso e muito mais na obra máxima de Eleonora V. Vorsky, aquela velhota sem-vergonha.
(tirado da contracapa do livro)

Finalmente, depois de quase duas décadas consigo ler a versão integral do clássico folhetim de Eleonora V. Vorsky, "A Vingança do Bastardo", publicado originalmente no jornal O Planeta Diário em 1987! E o melhor é que o livro traz grátis o capítulo final, inédito no jornal de Perry White! Uma leitura desopilante, perfeita para ser consumida entre um clássico romance russo no original e uma tese sobre teoria do caos.

O primeiro grande trabalho de Alexandre Machado ("Os Normais", "Os Aspones") na imprensa cultural brasileira, se escondendo sob o pseudônimo de Eleonora V. Vorsky.

Um livro OBRIGATÓRIO para quem não tem mais o que fazer!!! :-))

Ingredients:
Os personagens da aventura:
- Levi: Herói ou covarde? Homem ou mulherzinha? Casado, solteiro ou tico-tico no fubá?
- Prima Roshana: Sua sede de sexo só era comparável à sua vontade de dar.
- Bel, a sereia: A beleza de seu corpo deixava os seres do fundo do mar todos molhadinhos.
- A jeba de Kowalsky: Para alguns, um monstruoso erro da natureza; para outros, uma dádiva dos céus.
(tirado da contracapa do livro)

Participação especial de:
Simon Wisenthal, Henry Kissinger, Muamar Kadhafi, Thomas Green Morton, Kurt Waldheim, Nacional Kid, Tutty Vasques e Kate Mahoney.

Disse a crítica: "terrível, escatológico, nojento, nauseabundo, emocionante, divertidíssimo, acachapante, lírico, poético, medonho, esporrante de rir, abominável, cáustico, polêmico, essencial, virulento, dramático, meio mais ou menos, magnífico, detestável, erótico, perturbador, ingênuo, niilista, grandiloqüente, bacaninha, porreta, desavergonhado, pai d'égua, supercalifragilisticespialidoso!"

Directions:
"A Vingança do Bastardo", de Eleonora V. Vorsky (Alexandre Machado), O Planeta Diário, Rio de Janeiro, 1987.

O Planeta Diário Produções Ltda.
Av. 13 de Maio, 33/ s.3112 - Centro - Rio de Janeiro
CEP 20031 - Telefone: 533-3994
(será que ainda tem alguém lá nesse endereço? Quem sabe o Jimmy Olsen?...)

sexta-feira, 26 de novembro de 2004

ÁLBUNS DE FIGURINHAS




Mais uma vez preocupado com a arqueologia cultural e a memória deste país, escaneei alguns álbuns de figurinhas que colecionei na infância. Não posso precisar a data de todos eles, mas sei que foram publicados entre 1965 e 1978, sendo que a maioria é da primeira metade da década de 70.

1. Mundo Animal (Editora Abril), com 246 imagens tiradas da enciclopédia “Os Bichos”, também da Editora Abril.

2. Ciências (Editora Vecchi), da série “Os Livros de Ouro da Juventude”, abrangendo assuntos como o universo, flores e plantas, animais e o corpo humano. Com 287 desenhos e gráficos explicativos.

3. Festival Hanna Barbera (Editora Vecchi, imagens copiadas do site http://www.hannabarbera.com.br/hb.php ), com os principais personagens criados pela dupla William Hanna e Joseph Barbera para os desenhos animados.

4. Galeria Disney (Editora Abril, imagem copiada da internet), com os principais personagens de Walt Disney.

5. Festival Disney (Editora Abril, 1975), com 210 imagens de desenhos animados de Walt Disney, como Branca de Neve e os Sete Anões, Pinóquio, Dumbo, Uma Aventura de Donald, A Espada Era a Lei, Cinderela, Peter Pan, Mogli e Mickey Alpinista.

6. Disneylândia (EBAL - Editora Brasil América, provavelmente do final dos anos 60), com 50 fotografias e texto sobre o parque de diversão de Walt Disney na Flórida. Já vinha com todas as figurinhas, para recortar e colar no álbum.

7. Moby Dick (EBAL - Editora Brasil América, provavelmente do final dos anos 60), com 48 desenhos e texto adaptado do romance de Herman Melville. Já vinha com todas as figurinhas, para recortar e colar no álbum.

8. Guerra nas Estrelas (Editora Abril, 1978), com 234 fotos do filme de George Lucas. O primeiro de vários álbuns de figurinhas baseados na saga da família Skywalker.

9. Restos mortais de um álbum de variedades – Vila Sésamo, atrações da TV, raças de cães e gatos, o circo, etc. – que se perdeu em alguma mudança de apartamento, há algumas décadas atrás. Sobrou apenas esta página e outra, ambas recortadas. Se alguém conseguir identificar que álbum é esse, por favor, me ajude!

quinta-feira, 25 de novembro de 2004

TV PIRATA






De 5 de junho de 1988 a 31 de julho de 1990, sempre às terças-feiras, às 21:30. Mais tarde, em 1992, de 21 de abril até o fim do ano, mensalmente.

Direção: Guel Arraes
Roteiro: Cláudio Paiva, Mauro Rasi, Luís Fernando Veríssimo, Patrícia Travassos, Vicente Pereira, Pedro Cardoso, Felipe Pinheiro, Humbert, Bussunda, Cláudio Manoel, Reinaldo, Hélio de La Peña, Beto Silva, Marcelo Madureira, (e após o 2º ano) Laerte, Angeli, Glauco
Elenco: Regina Case, Luiz Fernando Guimarães, Deborah Bloch, Diogo Vilela, Cláudia Raia, Guilherme Karan, Louise Cardoso, Ney Latorraca, Cristina Pereira, Marco Nanini, (após o 2º ano) Pedro Paulo Rangel, (no último ano) Denise Fraga, Antônio Calloni, Marisa Orth, Otávio Augusto, Maria Zilda


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O que é, o que é? É um programa de humor, mas: não apela para o riso fácil em cima de minorias marginalizadas, não se restringe à verborragia do humor radiofônico, nem se sustenta no carisma de um único comediante. Um programa bastante singular e fora dos padrões... não é à toa que ele se chama TV Pirata.

Anunciado a princípio como o legítimo humor de vanguarda por uns, combatido furiosamente por gente como Sandra Cavalcanti e Ferreira Neto (que o chama de “lixo”, “leviano” e “monte de sujeira”), o programa chega ao ano 2 muito bem obrigado. Embora tenha perdido um pouco do pique do primeiro ano, ele continua sendo o único humorístico da TV a acrescentar algo ao gênero.

“O TV Pirata é o resumo do humor irreverente feito nos últimos dez anos no Rio e em São Paulo, desde o ‘Asdrúbal Trouxe o Trombone’ até o pessoal da ‘Casseta Popular’ e ‘Planeta Diário’, sintetiza o diretor Guel Arraes. Depois de duas novelas de Janete Clair, três de Sílvio de Abreu (em co-autoria com Jorge Fernando) e do cult-seriado ‘Armação Ilimitada’, Guel tem uma bagagem perfeita para capitanear esta nau dos insensatos. Aliás, segundo ele “o programa é uma mistura do ‘Armação’ com as novelas-chanchadas que fiz com o Jorginho, tanto em forma como em conteúdo”. Justamente os programas que questionavam de forma criativa os vícios da linguagem televisiva. E o primeiro passo na valorização do ‘visual’.

É fácil perceber essa preocupação com a parte visual do programa, desde os cenários e figurinos até a edição e os efeitos eletrônicos. Tudo isso a serviço de uma linguagem-síntese dos vários formatos televisivos produz momentos originais como “Oscarzinho, o Funcionário Fantasma Camarada”, um “desenho animado” interpretado por Pedro Paulo Rangel e Guilherme Karan.

A equipe de redatores por sua vez ajuda a realçar a originalidade do TV Pirata em relação aos seus concorrentes. É aquela síntese das tendências do humor nos últimos anos, incluindo o besteirol, as publicações independentes, as HQs paulistas e até o veterano Luís Fernando Veríssimo. “Contudo, apesar de uma forma mais sofisticada, eles mantêm um gosto pelo escracho popular, pela piada de colégio, de botequim, o que é essencial para haver identificação com o público, ainda mais se a linguagem, for retrabalhada, tornando a piada sempre nova”, explica Guel.

Enfim, o maior mérito do TV Pirata é o fato dele desenvolver uma visão crítica sobre o meio que o veicula: a televisão. Enquanto os autores da velha guarda ficavam entre o pastelão, a ridicularização do grotesco ou a sátira política e social, os piratas globais atacam a forma através do nonsense e da paródia de novelas, seriados, filmes, telejornais, anúncios, pronunciamentos e debates populares. Ao fazer isso, eles denunciam a necessidade de repensar os vícios e cacoetes dos gêneros mais acomodados, abundantes nas programações. Sem esquecer que, acima de tudo, o TV Pirata é uma grande brincadeira. “Uma brincadeira de, com e sobre a televisão”, diria Guel Arraes.

“Televisããão”, diria o velho e bom Barbosa.

Oswaldo Lopes Jr.
(Jornal VERVE nº 25, julho de 1989)


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Escrevi este texto em 1989 para o jornal VERVE e hoje me bate forte a saudade do TV Pirata, na minha opinião o melhor humorístico já produzido na televisão brasileira. Sem esquecer programas fantásticos e inovadores como “Satiricon” ou “Faça Humor Não Faça a Guerra”, o TV Pirata chacoalhou e revolucionou a programação dos anos 80 de forma só comparável a seu “quase irmão” (já que também era filho do mesmo “pai”, Guel Arraes) “Armação Ilimitada”, ouso dizer a melhor série brasileira já feita.

Entrevistei Guel Arraes para fazer a matéria e ele me convidou a assistir dois dias de gravação do TV Pirata, nos estúdios de Renato Aragão, na Barra da Tijuca. Conheci o elenco, tirei fotos dos esquetes e tive o privilégio de assistir ao vivo à criação das piadas que faziam a minha alegria no final dos anos 80.

Alguns quadros estão na nossa memória até hoje: Combate, As Presidiárias, Perdidos no Espaço, A Coisa, Piada em Debate, Super-Safo, TV Macho, Casal Telejornal, Hospital Geral, Campo Rural, Esporte Esportivo, Detetive Pestana, Shirley e Euclides, Os Super-Heróis. Mas o maior sucesso do TV Pirata, foram as suas novelas, em especial a hilariante Fogo no Rabo, uma insana paródia da novela “Roda de Fogo” (86), onde se destacavam Luiz Fernando Guimarães como o empresário canalha Reginaldo (sempre acompanhado da canção de Rosana, “como uma deuuuuusaaaaaaaaaa!!!!...”), Deborah Bloch como sua noiva Natália, Guilherme Karan como o deformado capanga Agronopoulos e Ney Latorraca num de seus melhores momentos, na pele do velho babão Barbosa. A programação novelística do programa seguiu com a trama rural Rala-Rala, com Luiz Fernando fazendo o Índio Cleverson, A Perseguida e Diana, os Diamantes Não São Para Comer.

Ganhador do Prêmio APCA de melhor humorístico de 1988, o TV Pirata sofreu um hiato de dois anos e nos deixou a ver navios definitivamente em 1992. Não sem antes fazer um grande estardalhaço com a morte do querido Barbosa, de Fogo no Rabo e dedicar um programa inteiro para desvendar o hediondo crime.

Há mais de três anos a Globo vem prometendo um DVD com os melhores momentos do TV Pirata aos seus saudosos fãs, e nada disso sair. Parece mesmo que a vênus platinada não sabe mesmo lançar suas séries no mercado. Ao invés de lançar boxes de temporadas completas de “Os Normais”, “A Grande Família” e outras séries de sucesso, pingaram esparsos DVDs avulsos com “melhores momentos”, enquanto o público espera avidamente e clama na internet e em cartas e e-mails por TODOS os episódios de seus seriados favoritos. Infelizmente parece que os piratas do humor global serão condenados aos calabouços do Centro de Documentação da Rede Globo ainda por muito tempo.

Enquanto a “anistia” não chega, vamos matando as saudades com esta galeria de fotos...