
Com seus cabelos verdes, sua pele totalmente branca, sua roupa roxa no corpo esquálido, seus lábios rubros e sorriso eterno rasgado na cara magra e sinistra, o
Coringa (Joker) é provavelmente o mais famoso supervilão das histórias em quadrinhos, popularidade rara para um antagonista. Nêmesis de Batman, ele é a insanidade, o sarcasmo e o caos personificados.
O
Coringa foi criado em 1940 para a editora norte-americana DC Comics por Jerry Robinson e Bill Finger (assistentes de Bob Kane, o criador de Batman), que se inspiraram na figura do ator alemão Conrad Veidt no filme “O Homem Que Ri” de Paul Leni, baseado num romance de Victor Hugo. Gwynplaine, o personagem original, foi mutilado num esgar eterno e estranhamente sorridente no rosto, causando repulsa à todos em sua volta. O vilão dos quadrinhos apareceu pela primeira vez na revista Batman #1, onde ele era um ladrão de joalherias que matava as pessoas presentes no local do assalto. Ali ele já usava a carta de baralho do coringa como cartão de visitas e seu mortal gás do riso, duas de suas marcas registradas. A partir daí ele sempre faz uso de brinquedos mortais em seus crimes, como uma luva de choque, uma flor que jorra ácido, charutos explosivos com nitroglicerina e outras armas incomuns.
Em pouco tempo o
Coringa se tornou o mais popular vilão de Gotham City. Porém sua origem permaneceu um mistério até 1951. Na revista Detective Comics #168 ele revela que antes de ser o Príncipe Palhaço do Crime ele era um químico que decidiu roubar uma fábrica de cartas de baralho e para isso inventou a identidade secreta do Capuz Vermelho. Na fuga, mergulhou no rio onde os detritos químicos da fábrica eram despejados e assim adquiriu a aparência que conhecemos. Mesmo assim essa origem foi questionada várias vezes por ser contada por um louco psicopata, por isso não confiável. Também continuamos sem conhecer o nome e a vida pregressa do
Coringa.
Durante a Era de Ouro e a Era de Prata das histórias em quadrinhos o personagem sempre foi retratado como um bufão apatetado e ridículo, porém da década de 70 para cá os autores da DC o tem mostrado como um violento psicopata, um
serial killer perigosíssimo, extremamente inteligente e com um humor fatal – para suas inúmeras vítimas. Assim, o
Coringa foi responsável por algumas tragédias pessoais na vida do Homem-Morcego, como a morte dos pais de Bruce Wayne no filme de Tim Burton (1989), o assassinato à sangue frio de Jason Todd, o segundo Robin, na minissérie “Uma Morte em Família”, e por balear Barbara Gordon – a Batgirl original -, fato que a deixou paralítica.
No universo das histórias em quadrinhos o
Coringa ganhou um título próprio no começo dos anos 70, além de ter grande destaque nas histórias de Batman dessa época – onde se destacam “A Vingança em Cinco Partes” de Denny O’Neil e Neal Adams e “Os Peixes Risonhos” de Steve Englehart e Marshall Rogers. Nos anos 80 participou do divisor de águas “O Cavaleiro das Trevas” de Frank Miller, teve sua origem recontada por Alan Moore e Brian Bolland na
graphic novel “A Piada Mortal”, teve destaque na minissérie “Uma Morte em Família” de Jim Starlin e Jim Aparo, e foi o astro principal da
graphic novel “Asilo Arkham” de Grant Morrison e Dave McKean. Nos anos 90 foi levado com seu arqui-inimigo para a televisão novamente, só que desta vez em desenho animado, ganhando a talentosa voz de Mark Hamill. Além disso participou de algumas novas
graphic novels e minisséries do Morcegão.
Cesar Romero interpretou o
Coringa no famoso seriado de TV “Batman”, com Adam West como o herói-título, e no longa-metragem de cinema derivado da série, em 1966. Jack Nicholson viveu o
Coringa no cinema no segundo filme do Batman, em 1989. O ator Heath Ledger o interpretará na seqüência de "Batman Begins" (2005), intitulado “The Dark Knight”, a ser lançado em 2008.