Mostrando postagens com marcador carygrant. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador carygrant. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 18 de janeiro de 2006

“ESTE MUNDO É UM HOSPÍCIO” (“Arsenic and Old Lace”, 1944), de Frank Capra

Rating:★★★★
Category:Movies
Genre: Comedy
Direção: Frank Capra
Roteiro: Julius J. Epstein e Philip G. Epstein, baseado na peça teatral de Joseph Kesselring
Produção: Frank Capra, Jack L. Warner / Warner Bros.
Fotografia: Sol Polito
Montagem: Daniel Mandell
Música: Max Steiner
Direção de Arte: Max Parker
Elenco: Cary Grant, Priscilla Lane, Josephine Hull, Jean Adair, Raymond Massey, Peter Lorre, John Alexander, Jack Carson, John Ridgely, Edward McNamara, James Gleason, Grant Mitchell, Edward Everett Horton

* * * * * * * * * * *

Mortimer Brewster (sobre suas tias envenenarem cavalheiros): “Isto está se tornando um péssimo hábito! Eu não sei se consigo explicar isso a vocês... não é apenas contra a lei, é errado!”

* * * * * * * * * * *

Martha Brewster: "Um dos nossos cavalheiros conseguiu dizer 'que delícia!' antes de morrer."

* * * * * * * * * * *

Dr. Einstein (rindo): “É maravilhoso, Johnny! Fomos caçados pelo mundo inteiro, e suas tias aqui no Brooklin fizeram tão bem quanto você... você matou doze, elas mataram doze!”

* * * * * * * * * * *

Mortimer Brewster: "A insanidade corre solta pela minha família... praticamente galopa!"

* * * * * * * * * * *


Frank Capra, o cineasta símbolo do otimismo hollywoodiano, deixou claro em sua obra que acreditava na bondade intrínseca do ser humano. Mas nem só de boa fé e ingenuidade era feito o seu cinema. Capra tinha um senso de humor peculiar e “Este Mundo É Um Hospício”, baseado na popular peça de Joseph Kesselring, foi um ótimo veículo para extravasar toda a morbidez, sarcasmo e humor negro que também corriam em suas veias de bom samaritano.

Martha (Jean Adair) e Abby Brewster (Josephine Hull) são duas aparentemente doces e respeitáveis velhinhas que se dedicam a envenenar pessoas idosas. O sobrinho delas, o solteirão convicto Mortimer (Cary Grant), acaba de se casar e está em preparativos para sair a viagem de lua de mel com sua esposa Elaine Harper (Priscilla Lane). Quando acham um corpo dentro de uma arca, a princípio pensam que foi obra de Teddy (John Alexander), o irmão de Mortimer que mora com as tias e que tem problemas mentais. Porém Teddy – que pensa ser o presidente Teddy Roosevelt – é inocente e costuma ajudar as tias “abrindo novas comportas para o Canal do Panamá” no porão da casa, onde elas enterram os corpos. De surpresa chega outro membro da família, o perigoso bandido procurado Jonathan Brewster (Raymond Massey, propositalmente com cara de Boris Karloff em "Frankenstein"), com seu assecla, o Dr. Einstein (Peter Lorre), e outro cadáver para complicar a história.

Frenético, hilariante, perverso e iconoclasta, “Este Mundo É Um Hospício” foi um grande sucesso na época do lançamento e com seu humor cáustico prova que não envelheceu, sendo mais feroz que muitas comédias modernas metidas a espertinhas.


terça-feira, 6 de dezembro de 2005

"INTRIGA INTERNACIONAL" ("North by Northwest", 1959), de Alfred Hitchcock

Rating:★★★★★
Category:Movies
Genre: Action & Adventure
Direção: Alfred Hitchcock
Roteiro: Ernest Lehman
Produção: Alfred Hitchcock, Herbert Coleman / MGM
Fotografia: Robert Burks
Montagem: George Tomasini
Música: Bernard Herrmann
Direção de Arte: William A. Horning, Merrill Pye, Robert Boyle
Elenco: Cary Grant, Eva Marie Saint, James Mason, Martin Landau, Jessie Royce Landis, Leo G. Carroll, Edward Platt, Josephine Hutchinson, Philip Ober, Adam Williams

* * * * * * * * * * *

"Os cavalheiros não estão tentando matar meu filho, estão?" (Clara Thornhill para os assassinos no elevador, embaraçando seu filho Roger)

* * * * * * * * * * *

"Não tinha percebido que você era colecionador de arte. Pensei que só colecionasse cadáveres." (Roger Thornhill para o espião Philip Vandamm)

* * * * * * * * * * *

Eve Kendall: "Paciência é uma virtude."
Roger Thornhill: "Respirar também é."

* * * * * * * * * * *

"Não gosto do jeito que Teddy Roosevelt está olhando para mim." (Roger Thornhill, pendurado nas estátuas dos presidentes americanos no monumento nacional de Mount Rushmore)

* * * * * * * * * * *

De todos os "road-movies" de ação e aventura de Alfred Hitchcock ("Os 39 Degraus", "Sabotador", "O Homem Que Sabia Demais"), "Intriga Internacional" é o mais espetacular, o mais bem escrito, o mais bem-humorado. Com seqüências inesquecíveis como a perseguição de Cary Grant por um avião no milharal, a correria na estação de trens ou o clímax no monumento de Mount Rushmore, entre as efígies dos presidentes norte-americanos, o filme foi um dos maiores sucessos comerciais da carreira de Hitchcock, e o único filme que ele fez para a MGM.

"Intriga Internacional" é uma grande farsa onde ninguém é o que parece. Cary Grant é o publicitário playboy Roger Thornhill, que é confundido por espiões alemães como sendo um tal George Kaplan. James Mason é o milionário Lester Townsend, que quer os segredos que Kaplan - um agente duplo - conhece. E Eva Marie Saint é a bela dama que surge no caminho de Thornhill para salvá-lo. Ou será que não? Como eu disse, esse é um filme que acena ao espectador com várias pistas falsas, tão falsas quanto George Kaplan. É o estilo hitchcockiano num parque de diversões.

Já não bastasse ser uma super-produção estrelada por Cary Grant, Eva Marie Saint e James Mason e dirigida por Alfred Hitchcock, "Intriga Internacional" também foi o responsável pelo lançamento da cine-série de James Bond. Com o estrondoso sucesso do filme, o produtor Albert Broccolli, que detinha os direitos dos livros de Ian Fleming para o cinema, viu que aquele era o filão perfeito para transpor os livros para a telona.

Hitch contou aqui com seu usual time de talentosos colaboradores: Bernard Herrmann compôs uma trepidante trilha sonora, Robert Burks criou imagens e ângulos criativos e vertiginosos, e George Tomasini imprimiu o ritmo de carrinho de montanha russa que o roteiro de Ernest Lehman pedia. Enfim, duas horas da mais pura diversão cinematográfica.

Tive o privilégio de assistir a "Intriga Internacional" no cinema, no saudoso Lido 2, na Praia do Flamengo, durante o Festival Hitchcock, em abril de 1980, por ocasião de sua morte.