segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O CARA E A MANOBRA DE LECTER

O cara estava revendo "O Silêncio dos Inocentes" pela canibalésima vez na TV. Ele tinha o DVD, mas não resistia quando o filme surgia na programação. Aliás, era assim com vários filmes que ele gostava e tinha em casa. Parece que a transmissão que ele não podia pausar ou voltar tinha uma magia única que o seduzia. Como seria bom atacar a dentadas todas as pessoas rudes que conhecia, assim como fazia o doutor Lecter. Haja pasta de dentes e enxagüante bucal, pensava ele. Assim como havia a Manobra de Heimlich para salvar pessoas que se engasgavam com alguma coisa, também deveria haver a Manobra de Lecter para salvar o mundo de algumas pessoas indesejáveis, gente impossível de se engolir.

E foi com esse pensamento na cabeça que o plim-plim pipocou na tela e anunciou o próximo episódio da Grande Família. Foi só a Bebel aparecer para o cara vislumbrar um uso bem mais interessante da recém-batizada Manobra de Lecter. Ele era fascinado pela Guta Stresser, mas não da mesma forma como era por suas musas supremas. Não morria de tesão por ela nem tinha pensamentos lascivos com a graciosa atriz curitibana. Apenas a achava extremamente adorável – além de talentosa, claro, mas isso não estava em questão. Adoraria apertar a Guta, no sentido que se quer apertar uma criança fofa. Sonhava em morder as bochechas dela. E assim ele percebeu que a Guta Stresser seria a pessoa ideal em quem aplicar a Manobra de Lecter. E bem longe de ser pelos motivos que ele aplicaria em pessoas indesejáveis.

Muitas luas depois, estava o cara com alguns amigos numa mesa de bar quando de repente ela apareceu. Um de seus amigos tinha trabalhado com a Guta em alguma peça de teatro e a convidou a sentar à mesa. Ela era mesmo uma simpatia. Entre goladas de cerveja ela distribuía sorrisos à mesa enquanto trocava abobrinhas com seu amigo em comum. O cara, na dele, só a observava. Até que se levantou, foi até a Guta e soltou "é, o Marcelo nem apresenta os amigos...", no que o Marcelo foi logo corrigindo e apresentando o cara à amiga famosa, cheio de salamaleques. Ela o cumprimentou sorrindo, e disse que estava olhando a camisa dele – com um desenho do Chewbacca disfarçado de Che Guevara, intitulado "Chewie" – e se divertindo muito. O cara começou a conversa se declarando afetivamente a sua musa, dizendo que só de vê-la na tela da TV ou do cinema ela o contagiava com energias positivas, e que além de talentosa ela fazia muito bem a ele, levantando-lhe o astral e coisa e tal. Guta ficou encantada e corada com os efusivos e legítimos comentários do cara. Conversa vai, conversa vem e ele então buscou os instintos Hannibalísticos dentro de si e pediu à Guta para fazer uma coisa que ele sempre sonhou. Ela arregalou os olhos na defensiva, com aquela expressão de criança assustada. "Você deixa eu morder suas bochechas? Eu sempre quis fazer isso!". No que ela "ah, tá... eu sou bochechuda mesmo... pode morder", e se inclinou em sacrifício. E o cara executou sua mais prazeirosa Manobra de Lecter.

Passou dias rindo sozinho, lembrando de como foi gostoso cravar os dentes naquelas bochechas fofas e alegres, de como foi sublime realizar uma fantasia não-sexual com uma musa que ele admirava. Nem o doutor Hannibal Lecter teve um prazer tão grande assim em toda sua vida fictícia.

 

8 comentários:

  1. ahahha esse cara tem me "seduzido".
    Mas foi mordidinha leve né?
    :))

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  2. Deve ter sido, né? A Guta continua atuando... :-)P

    Beijo

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  3. Ufa inda bem.

    Eu tb tenho um quê de bochechas Guta Stresser de vez em quando levo umas tb
    huahua

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  4. cada vez melhor!!!!!!!!!!!!!!!!! ((((((((((((((((((ozlo))))))))))))))))))))

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  5. Legal, Oz! Gostei muito. Vcjá viu o último filme do Dr Lecter?
    Bjs
    Vera

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  6. Vi todos, Vera! E li todos os livros de Thomas Harris, menos o último. Hannibal Lecter é um dos meus personagens favoritos, e Sir Anthony Hopkins um dos meus atores preferidos. ;-)

    Beijos,
    Ta-ta
    H.

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