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sexta-feira, 2 de dezembro de 2005

"O PODEROSO CHEFÃO" ("The Godfather", 1972), de Francis Ford Coppola

Rating:★★★★
Category:Movies
Genre: Drama

Direção: Francis Ford Coppola
Roteiro: Francis Ford Coppola, Mario Puzo, baseado no romance homônimo de Puzo
Produção: Albert S. Ruddy, Gray Frederickson / Paramount Pictures
Fotografia: Gordon Willis
Montagem: William Reynolds, Peter Zinner
Música: Nino Rota, Carmine Coppola
Direção de Arte: Warren Clymer, Dean Tavoularis, Samuel Verts
Elenco: Marlon Brando, Al Pacino, James Caan, Robert Duvall, John Cazale, Diane Keaton, Talia Shire, Richard Castellano, Abe Vigoda, Sterling Hayden, John Marley, Richard Conte, Al Lettieri, Gianni Russo, Morgana King, Al Martino

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Michael: My father is no different than any powerful man, any man with power, like a president or senator.
Kay Adams: Do you know how naive you sound, Michael? Presidents and senators don't have men killed.
Michael: Oh. Who's being naive, Kay?

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Michael: It's not personal, Sonny. It's strictly business.

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Don Corleone: I'm gonna make him an offer he can't refuse.

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Don Corleone: Do you spend time with your family? Good. Because a man that doesn't spend time with his family can never be a real man.

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Um filme poderoso, que colocou Francis Ford Coppola e Al Pacino no estrelato (graças ao prestígio de Marlon Brando e aos méritos próprios dos dois). "O Poderoso Chefão" marcou a volta dos grandes filmes de gângsters da Warner, tão populares nos anos 30 e 40 com James Cagney, Edward G. Robinson, Paul Muni e Humphrey Bogart, e foi um divisor de águas no gênero, tendo influenciado tudo o que se fez depois dele no cinema policial.

Um grande sucesso de bilheteria e de crítica, conquistou vários prêmios e acabou rendendo duas excelentes continuações com basicamente a mesma equipe e elenco ("O Poderoso Chefão, Parte II" conseguiu superar o primeiro em qualidade e "O Poderoso Chefão, Parte III", apesar das críticas preconceituosas, foi um belo e digno encerramento da saga da família Corleone, passada vários anos depois e com um delicado envolvimento do Vaticano na trama).

Todo o elenco está impecável em seus papéis, mesmo os mais fugazes e efêmeros. O roteiro funciona como uma máquina bem azeitada e tem alguns dos melhores diálogos da História do cinema (ao lado de sua continuação) desde "Casablanca". A sutileza e os duplos sentidos por trás dos diálogos deram solidez e sofisticação shakespereana à história. Nino Rota deixou de lado o universo felliniano e compôs temas fortes e inesquecíveis, que adicionaram muito à dramaticidade da trama.

Surpreendentemente "O Poderoso Chefão" foi um filme de encomenda e mesmo assim Francis Ford Coppola o transformou num trabalho pessoal, autoral, assim como toda a trilogia. Sem dúvida um marco na História da sétima arte e um filme para ser visto e revisto sempre.


domingo, 27 de novembro de 2005

"AMARCORD" (Idem, 1973), de Federico Fellini

Rating:★★★★★
Category:Movies
Genre: Classics
Comecei estas críticas e revisões de cinema com meu filme favorito, "TUBARÃO", de Steven Spielberg e parei no início do ano em "A DOCE VIDA" de Fellini por falta de inspiração para escrever críticas e resenhas. Quero continuar a idéia central dessa coluna, que é como um jogo, um filme "puxa" outro. Alguém que está no filme do dia - pode ser um ator, uma atriz, o diretor, um técnico - puxa o filme seguinte por ter trabalhado nele. E por aí vai. Vamos continuar a viagem, agora sem o compromisso de escrever críticas...


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Direção: Federico Fellini
Roteiro: Tonino Guerra, Federico Fellini
Produção: Franco Cristaldi / F.C. Produzioni (Roma) / P.E.C.E. (Paris)
Fotografia: Giuseppe Rotunno
Montagem: Ruggero Mastroianni
Música: Nino Rota
Direção de Arte: Giorgio Giovannini, Danilo Donati
Elenco: Bruno Zanin, Luigi Rossi, Pupella Maggio, Armando Brancia, Ciccio Ingrassia, Nandino Orfei, Giuseppe Ianigro, Magali Noël, Josiane Tanzilli, Maria Antonietta Beluzzi, Domenico Pertica, Franco Magno

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"Mas veja quantas estrelas! Milhões de milhões de milhões de estrelas! Caramba! Eu me pergunto como diabos essa coisa toda se segura! Porque para nós, por assim dizer, no fundo é muito fácil. Se eu tenho que construir um prédio, são tantos e tantos tijolos, tantos e tantos quilos de cal... Mas lá em cima, Nossa Senhora, onde é que eu vou botar os alicerces, hein? Aquilo lá não é confete não!"
(Aurelio, pai de Titta, sentado num barco olhando o céu enquanto espera a passagem do transatlântico Rex)



domingo, 23 de janeiro de 2005

"A DOCE VIDA" ("La Dolce Vita", 1960), de Federico Fellini

Rating:★★★★
Category:Movies
Genre: Classics


Direção: Federico Fellini
Roteiro: Federico Fellini, Ennio Flaiano, Tullio Pinelli, Brunello Rondi
Produção: Giuseppe Amato, Angelo Rizolli / Riama Film, Pathé Films
Fotografia: Otello Martelli
Montagem: Leo Cattozzo
Música: Nino Rota
Direção de Arte: Piero Gherardi
Elenco: Marcello Mastroianni, Anouk Aimée, Anita Ekberg, Alain Cuny, Yvonne Furneaux, Lex Barker, Magali Nöel, Walter Santesso, Valeria Ciangottini, Annibale Ninchi

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"Você é a primeira mulher no primeiro dia da criação. Você é mãe, irmã, amante, amiga, anjo, demônio, terra, lar."
(Marcello Rubini para Sylvia)

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Marcello Mastroianni, um dos maiores atores do cinema europeu, nos leva obrigatoriamente a seu grande amigo e cúmplice cinematográfico, o gigante poeta Federico Fellini. "A Doce Vida", a primeira vez em que trabalharam juntos, é um dos melhores trabalhos de ambos: um passeio pela Roma rica e excêntrica do final dos anos 50, pelas mãos do jornalista Marcello Rubini (Mastroianni). Histórias esparsas, aparentemente sem conexão, mostrando figuras típicas da sociedade da época, onde se destacam a milionária Maddalena (Anouk Aimée), a atriz sueca Sylvia (Anita Ekberg), o intelectual Steiner (Alain Cuny), a amiga Fanny (Magali Noel).

O filme é cheio de imagens e cenas inesquecíveis: a grande estátua de Jesus Cristo sendo levada de helicóptero, pendurada numa corda, como se abençoasse Roma... Sylvia entrando na Fontana di Trevi atrás de um gato fujão... as duas crianças que juram ter falado com a Virgem Maria... a cena da orgia... Marcello na praia testemunhando a captura de um "monstro marinho"... "A Doce Vida" se mostra não tão doce assim para a sociedade italiana da época, com o amargor de tempos incertos, pós Segunda Guerra, pré-revolução cultural, e no meio da Guerra Fria, quando se acreditava na aniquilação nuclear.

Um filme que, mesmo grande, anunciava que Fellini estava em crescimento, tanto artístico como pessoal, e cada vez mais encontrava um jeito "felliniano" de fazer cinema. A música de Nino Rota embala tudo, como sempre. Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1960.