sábado, 16 de dezembro de 2006

Homenagem a Sivuca - Feira de Mangaio




O Brasil está mais triste. Severino Dias de Oliveira, mais conhecido como Sivuca, morreu anteontem aos 76 anos. Compositor, arranjador, maestro e principalmente sanfoneiro (detestava ser chamado de acordeonista), Sivuca nasceu em Itabaiana, no interior da Paraíba, e na década de 50 começou a gravar seus primeiros discos. Não tardou para que seus frevos, choros e forrós se fizessem ouvir pelos quatro cantos do mundo. Morou em Recife, Lisboa, Paris, Rio de Janeiro e Nova Iorque, onde fez o arranjo do grande sucesso de Miriam Makeba, "Pata Pata". Casado com a também compositora Glorinha Gadelha, Sivuca deixa um vasto legado poético-musical, onde se destaca o forró "Feira de Mangaio", que teve em Clara Nunes sua intérprete perfeita.

Quando criança, minha mãe estudou no mesmo colégio que Sivuca em Itabaiana, e cresceu ouvindo sua sanfona. Esse clipe é uma homenagem não só ao maior de todos os sanfoneiros que esse mundo já viu, mas também à minha querida mãe, que certamente está mais feliz de ouvir a sanfona de Sivuca no paraíso.

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FEIRA DE MANGAIO
(Letra: Glorinha Gadelha. Música: Sivuca)


Fumo de rolo, arreio de cangalha
Eu tenho tudo pra vender, quem quer comprar
Bolo de milho, broa e cocada
Eu tenho pra vender, quem quer comprar

Pé de moleque, alecrim, canela
Moleque sai daqui me deixa trabalhar
E Zé saiu correndo pra feira dos pássaros
E foi páss'o voando pra todo lugar

Tinha uma vendinha no canto da rua
Onde o mangaieiro ia se animar
Tomar uma bicada com lambu assado
E olhar pra Maria do Joá

Tinha uma vendinha no canto da rua
Onde o mangaiero ia se animar
Tomar uma bicada com lambu assado
E olhar pra Maria do Joá

Cabresto de cavalo e rabichola
Eu tenho pra vender, quem quer comprar
Farinha, rapadura e graviola
Eu tenho pra vender, quem quer comprar

Pavio de candeeiro, panela de barro
Menino eu vou me embora tenho que voltar
Xaxar o meu roçado que nem boi de carro
Alpargata de arrasto não quer me levar

Porque tem um sanfoneiro no canto da rua
Fazendo floreio pra gente dançar
Tem o Zefa de Purcina fazendo renda
E o ronco do fole sem parar

Mas é que tem um sanfoneiro no canto da rua
Fazendo floreio pra gente dançar
Tem o Zefa de Purcina fazendo renda
E o ronco do fole sem parar

Fumo de rolo, arreio de cangalha
Eu tenho tudo pra vender, quem quer comprar
Bolo de milho, broa e cocada
Eu tenho pra vender, quem quer comprar

Pé de moleque, alecrim, canela
Moleque sai daqui me deixa trabalhar
E Zé saiu correndo pra feira dos pássaros
E foi páss'o voando pra todo lugar

Tinha uma vendinha no canto da rua
Onde o mangaieiro ia se animar
Tomar uma bicada com lambu assado
E olhar pra Maria do Joá

Mas é que tem um sanfoneiro no canto da rua
Fazendo floreio pra gente dançar
Tem o Zefa de Purcina fazendo renda
E o ronco do fole sem parar

4 comentários:

  1. Ele era um artista sem igual.
    Vê-lo com Clara Nunes me emocionou muito aqui. Gostava muito dela. Eu era pequena quando ela morreu, mas me lembro como se fosse hoje. Eu cantava tudo dela. Meus pais adoravam.

    Mais um encontro no céu então: Sivuca com Clara Nunes!

    E deixa que o forró vai comer solto e vai fazer muito anjinho rebolar!

    Adorei o post!

    Beijos!

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  2. uma homenagem muito criativa e [claro] merecida!!!!
    Uma união que deu certo!

    Gostei Oz - beijos.

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  3. Lindo demais!
    Emocionou! Clara e Sivuca.
    E a Feira então?!!

    :)

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