quarta-feira, 29 de dezembro de 2004

"O HOMEM QUE QUERIA SER REI" ("The Man Who Would Be King", 1975), de John Huston

Rating:★★★★
Category:Movies
Genre: Action & Adventure


Direção: John Huston
Roteiro: Gladys Hill e John Huston, baseado no conto homônimo de Rudyard Kipling
Produção: John C. Foreman / Columbia Pictures
Fotografia: Oswald Morris
Montagem: Russell Lloyd
Música: Maurice Jarre
Direção de Arte: Tony Inglis, Alexandre Trauner
Elenco: Sean Connery, Michael Caine, Christopher Plummer, Saeed Jaffrey, Shakira Caine, Albert Moses, Mohammed Shamsi

* * * * * * * * * * *

"You are going to become soldiers. A soldier does not think. He only obeys. Do you really think that if a soldier thought twice he’d give his life for queen and country? Not bloody likely. When we’re done with you, you’ll be able to stand up and slaughter your enemies like civilized men."
(Daniel Dravot, para os soldados do seu reino)

* * * * * * * * * * *

Herman Melville não foi o único escritor que John Huston levou às telas. Entre muitos outros ele também transformou um conto de Rudyard Kipling num grande filme de aventuras. “O Homem que Queria Ser Rei” conta a história de dois ingleses trapaceiros, Daniel Dravot (Sean Connery) e Peachy Carnehan (Michael Caine), ex-soldados de Sua Majestade na Índia e maçons (com um código de ética muito peculiar), que cansados de se sustentarem a custa de pequenos roubos e golpes, decidem partir para o Kafiristão e se tornar reis do lugar. Eles assinam um acordo no escritório do próprio Rudyard Kipling (Christopher Plummer), que conheceram por acaso em ocasiões diferentes nos trens indianos, e partem com a bênção – e temor – do escritor. Atravessam o Afeganistão, cruzam desertos, geleiras, montanhas, enfrentam bandidos e as intempéries naturais até que enfim chegam ao (fictício) Kafiristão, que no passado já teria sido conquistado por Alexandre o Grande. Lá encontram uma terra de bárbaros, que se reúnem em tribos isoladas, eternamente em luta umas contra as outras. Usando seus conhecimentos de estratégia militar, além de muita esperteza, Dravot e Carnehan vão ganhando a confiança do povo local até que conseguem seu intento. Daniel se torna o rei do Kafiristão. Só que se tornar rei é uma coisa, manter o trono e a unanimidade entre seus súditos é outra bem diferente. Muitas vezes ajudados pelo acaso, pela História e pela Maçonaria, os malandros vão conseguindo se safar de serem desmascarados. Até que, após ser flechado numa batalha e arrancar a flecha fora (que tinha atingido uma proteção), Dravot é aclamado pelo povo como um deus vivo, sucessor direto de Alexandre o Grande. E isso acaba selando o destino dos amigos.

A história é contada em ‘flashback’ por Carnehan, que retorna após três anos de aventuras no longínqüo Kafiristão e conta tudo a Rudyard Kipling. Filmado no Marrocos, em Chamonix (França), em Utah (EUA) e nos estúdios Pinewood, na Inglaterra. Com Shakira Caine, esposa de Michael Caine (como Roxanne) e Saeed Jaffrey (como Billy Fish).

John Huston realizou um típico filme de aventuras, com ecos de “Gunga Din”, mas com tintas de preconceito cultural (os indianos são mostrados como um povo porco e inculto, isso sem falar nos fictícios “kafiristãos”, que condensam toda a visão preconceituosa dos conquistadores ingleses) além de doses generosas de humor negro. Assim como “O Expresso da Meia-Noite”, já comentado aqui antes, “O Homem Que Queria Ser Rei” é sim um filme racista (e tanto por isso fiel à obra de Kipling), porém com um legítimo espírito de ousadia, cheio de descobertas, conquistas e aventuras poucas vezes vistos no cinema dos anos 70.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2004

MEUS FILMES DE NATAL


Existem dezenas de filmes feitos especialmente para essa época do ano, e que têm as festividades natalinas como pano de fundo. "Natal Branco", "Conto de Natal", "Adorável Avarento", "O Milagre na Rua 34", o recente "Expresso Polar" e até mesmo os dois primeiros filmes da série "Duro de Matar", entre muitos outros, antigos e atuais. Porém há muitos anos eu elegi meus dois filmes preferidos de Natal, que sempre que posso revejo todo dezembro: "A Felicidade Não Se Compra" (1946), de Frank Capra, e "Gremlins" (1984), de Joe Dante.

Ambos se passam em cidadezinhas fictícias do interior dos Estados Unidos (Bedford Falls e Kingston Falls, respectivamente), ambos têm personagens e lugares que nos remetem diretamente às ilustrações de Norman Rockwell, os dois tratam de situações fantásticas e além da imaginação.

O primeiro virou símbolo de Natal para muitas pessoas, com o honesto George Bailey (James Stewart), determinado a cometer suicídio na véspera de Natal, sendo levado por um anjo a um mundo paralelo onde ele nunca existiu, para aprender a importância da vida e da amizade. Sem dúvida um dos mais belos filmes de Frank Capra – o cineasta do otimismo e da bondade, onde um cidadão de valor é capaz de derrotar o mundo podre que o cerca – e uma das mais emocionates obras já feitas sobre o valor do ser humano e da amizade, imitada e citada no mundo todo ao longo de décadas.

Mas o segundo, apesar de se passar também na véspera de Natal, nunca é lembrado como filme típico dessa data. A meu ver o diretor Joe Dante e o produtor Steven Spielberg conseguiram realizar a mais cínica, cruel, bem-humorada e peculiar fábula de Natal dos anos 80. O humor negro e o perfeito equilíbrio entre a comédia, o terror e a aventura se fazem presentes neste filme inesquecível.

Duas pérolas natalinas, para quem adora, ignora ou detesta o Natal. Dois filmes que merecem ser vistos e revistos em qualquer época do ano. Mas especialmente hoje, antes de Papai Noel chegar. Só tenha cuidado para que o anjo não o esqueça em outra dimensão e para que sua ceia de Natal seja destruída por monstrinhos famintos...


* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

"A FELICIDADE NÃO SE COMPRA"
1946 - EUA - P&B - 125 minutos
Direção: Frank Capra
Roteiro: Frances Goodrich, Albert Hackett, Frank Capra e Jo Swerling
Produção: Frank Capra / Liberty Films, RKO Pictures
Fotografia: Joseph Walker, Joseph Biroc
Montagem: William W. Hornbeck
Música: Dimitri Tiomkin
Direção de Arte: Jack Okey
Elenco: James Stewart, Donna Reed, Lionel Barrymore, Thomas Mitchell, Henry Travers, Beulah Bondi, Carol Coomes, Ward Bond, Gloria Grahame

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

"GREMLINS"
1984 - EUA - Colorido - 120 minutos
Direção: Joe Dante
Roteiro: Chris Columbus
Produção: Steven Spielberg, Frank Marshall, Kathleen Kennedy, Michael Finnell / Amblin Entertainment, Warner Bros.
Fotografia: John Hora
Montagem: Tina Hirsch
Música: Jerry Goldsmith
Direção de Arte: William Matthews
Efeitos Especiais: Chris Walas
Elenco: Zach Galligan, Hoyt Axton, Frances Lee McCain, Phoebe Cates, Polly Holliday, Scott Brady, Glynn E. Turman, Corey Feldman, Keye Luke, Judge Reinhold, Dick Miller, Jackie Joseph, Jonathan Banks, Kenny Davis, Belinda Balaski, Harry Carey Jr., Chuck Jones, Steven Spielberg

domingo, 19 de dezembro de 2004

Revista CRÁS!

Category:   Collectibles

Alguém se lembra?

Ela saiu em fevereiro de 1974, pela editora Abril. Tinha ótimos desenhistas e autores de quadrinhos nacionais para um público infanto-juvenil, mas com uma qualidade acima do normal. Foi lançada com 64 páginas em formato especial em cores. E como dizia num anúncio na contracapa de um gibi da época:

"CRÁS! Histórias de humor, histórias de espionagem, aventuras, a sátira do bang-bang, suspense, mistério, e acima de tudo... muita AÇÃO!

CRÁS! Novos personagens, vivendo situações possí­veis e impossí­veis!

Não perca CRÁS! - mais uma revista da Editora Abril criada por argumentistas e desenhistas brasileiros."

Se alguém tiver ou achar esse velho gibizão - que pelo que me lembro ficou só no número 1 - pode falar comigo.


sábado, 18 de dezembro de 2004

NATAL NAS ESTRELAS




Como este é o último Natal antes do derradeiro filme de "Guerra nas Estrelas", "Episode III - Revenge of the Sith" - que nos traz de volta Darth Vader, o vilão dos vilões da ficção cientí­fica, e tem estréia prevista para junho de 2005 - não posso deixar de desejar um ótimo Natal a todos os meus amigos, cyber-amigos, colegas e visitantes desta humilde Valise de Cronópio tendo como pano de fundo essa série de ilustrações natalinas da minha saga de FC favorita!!!

FELIZ NATAL A TODOS E QUE A FORÇA ESTEJA COM VOCÊS! SEMPRE!

"MOBY DICK" (Idem, 1956), de John Huston

Rating:★★★★★
Category:Movies
Genre: Action & Adventure


Direção: John Huston
Roteiro: Ray Bradbury e John Huston, baseado no romance homônimo de Herman Melville
Produção: John Huston, Vaughan N. Dean / Moulin Films, Warner Bros.
Fotografia: Oswaldo Morris, Freddie Francis
Montagem: Russell Lloyd
Música: Philip Stainton
Direção de Arte: Ralph W. Brinton, Stephen B. Grimes
Elenco: Gregory Peck, Richard Basehart, Leo Genn, Harry Andrews, Seamus Kelly, Orson Welles, Frederick Ledebur, Bernard Miles, Mervyn Johns, Tom Clegg, Edric Connor, Noel Purcell, Philip Stainton, Royal Dano, Joseph Tomelty

* * * * * * * * * * *

Starbuck, primeiro imediato: To be enraged with a dumb brute that acted out of blind instinct is blasphemous.

Capitão Ahab: Speak not to me of blasphemy, man; I’d strike the sun if it insulted me. Look ye, Starbuck, all visible objects are but as pasteboard masks. Some inscrutable yet reasoning thing puts forth the molding of their features. The white whale tasks me; he heaps me. Yet he is but a mask. `Tis the thing behind the mask I chiefly hate; the malignant thing that has plagued mankind since time began; the thing that maws and mutilates our race, not killing us outright but letting us live on, with half a heart and half a lung.

* * * * * * * * * * *

Gregory Peck já encarnou um de meus personagens favoritos, o Capitão Ahab. John Huston – o cineasta do pessimismo e da inevitabilidade – realizou a versão cinematográfica mais grandiosa (porém não a única) do romance homônimo de Herman Melville, sobre um homem obcecado em matar a baleia que arrancou sua perna e mutilou sua alma. Para isso ele próprio se imbuiu do espírito obsessivo de Ahab e levou anos alimentando o projeto de levar esta história para a tela grande. A ponto de Gregory Peck sugerir que o próprio Huston deveria interpretar o louco capitão, ao invés dele. Um de seus filmes mais pessoais, "Moby Dick" teve roteiro co-escrito por Huston e Ray Bradbury – mais conhecido por seus livros de ficção científica e terror – e conseguiu condensar em seus 116 minutos os principais aspectos da obra de Melville.

Ishmael (Richard Basehart) depois de muito caminhar, chega à cidade portuária de Nantucket, em Massachussetts, conhece o arpoador canibal Queequeg (o polonês Frederick Ledebur) e ambos se alistam no baleeiro ‘Pequod’, sob o comando do Capitão Ahab. Apesar de sua missão de dois anos em torno do mundo ser arpoar o máximo possível de baleias e abarrotar os porões do navio de óleo, Ahab só tem uma coisa em mente: encontrar e matar o cachalote branco batizado de Moby Dick, que o mutilou anos antes. Starbuck, o primeiro imediato (Leo Genn) tenta fazer o papel de Grilo Falante, de consciência racional de seu capitão, porém a gigantesca obsessão de Ahab é forte demais para ser dobrada. Aos poucos, durante a longa jornada, ela contagia cada um dos marinheiros do ‘Pequod’ e eles quase se tornam partes do próprio Ahab, todos determinados a confrontar o poderoso cachalote branco.

Um perfeito ensaio sobre a obsessão e o ódio humanos, "Moby Dick" foi filmado em grande parte nas cidades portuárias de Massachussetts, na costa da Irlanda e próximo às Ilhas Canárias, no Atlântico Norte, com seqüências reais de caça às baleias feitas por baleeiros profissionais dos Açores, e um grande cachalote mecânico feito de madeira, borracha e plástico. O bicho enguiçava ou quebrava constantemente, trazendo dores de cabeça à equipe e atrasos nas filmagens, além de inflacionar o orçamento (problemas idênticos teve Steven Spielberg quando filmou "Tubarão" em 1975). A fotografia de Oswald Morris – que teve um tratamento cromático especial, criado por Morris e por Huston – e a trilha sonora de Philip Sainton se juntaram para dar o tom certo de aventura e tensão ao filme, e fazem com que o público se sinta parte da tripulação do ‘Pequod’. Também estão no elenco Harry Andrews (Stubb, o segundo imediato), Bernard Miles (o marinheiro colega de Ishmael), Royal Dano (o louco que profetiza o terrível destino do ‘Pequod’) e Orson Welles, numa participação especial como o Padre Mapple. Gregory Peck pegou emprestado um pouco da aparência do presidente Abraham Lincoln na composição do seu Ahab, com uma barba marcada por um filete grisalho que emenda numa longa cicatriz através do rosto. Enfim, o retrato da obsessão feita de carne, sangue e osso de baleia.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2004

HITCHCOCK & EU




HITCHCOCK & EU

Muito antes de fazer faculdade de cinema eu já era fissurado por Alfred Hitchcock (fotos 1 e 2, com seus pássaros). Desde criança sou fã desse cineasta inglês rotundo, cínico, preciosista, dono de um humor singular, e na minha opinião, o maior contador de histórias do século 20.

Tomei conhecimento do “mestre do suspense” ainda na infância, no início dos anos 70, pois a Globo exibia “Os Pássaros” a cada dois meses, e em todas as vezes lá estava eu, ao lado da minha mãe, aboletado diante da TV me arrepiando com aquela primorosa história de horror e suspense.

Alguns anos depois descobri uma série de livros da editora Record que reuniam contos de suspense e terror psicológico e levavam o aval de Hitch: “13 Histórias Que Até a Mim Assustaram” (foto 3), “Minhas 13 Histórias Favoritas de Suspense” (foto 4), “Com Açúcar e Veneno”, “13 Histórias de Arrepiar”, “Enterro de Primeira Classe”, “Histórias Para Ler à Meia-Noite”, “Histórias Que Mamãe Nunca Me Contou”, entre outros. Eram livros que se encontravam em qualquer livraria ou barraca da Feira do Livro, muito populares na época. Também achei num sebo uma coleção de revistas de 1972 chamada "Alfred Hitchcock Mistério Magazine" (foto 5), publicada mensalmente pela editora Artenova. Seguia o mesmo padrão dos livros, com contos policiais, de suspense e terror. Por volta de 1976 ou 77, encontrei um livro sobre Hitchcock e seus filmes, escrito pelo crítico inglês Noel Simsolo, onde aprendi muito sobre a obra do mestre. Infelizmente esse livro se perdeu em algum empréstimo (coisa que não faço mais).

No dia 29 de abril de 1980 Sir Alfred Hitchcock morreu. Na semana seguinte o cinema Lido 2, na praia do Flamengo (que desgraçadamente virou igreja evangélica), montou um Festival Hitchcock, com um filme por dia (foto 6), e eu tive a chance e o imenso prazer de assistir a todos os sete filmes na tela grande. Lembro bem que, mesmo tendo visto “Os Pássaros” cerca de meia-dúzia de vezes na TV, saí do cinema apavorado com os pombos da praia do Flamengo após ver o filme na telona. Porém foi na quinta-feira desta semana que o mundo e o cinema mudaram subitamente diante dos meus olhos, ao assistir “Psicose”. Não sabia absolutamente nada sobre Norman Bates e sua sinistra mãe, nem tampouco sobre a história. Sobre o filme Hitchcock disse que “o assunto me importa pouco, os personagens me importam pouco; o que me importa é que a junção dos trechos de filme. A fotografia, a trilha sonora e tudo aquilo que é puramente técnico podiam fazer o público gritar. Creio que é uma grande satisfação para nós cineastas utilizar a arte cinematográfica para criar uma emoção de massa. E, com ‘Psicose’ cumprimos isso. Não foi uma mensagem que intrigou o público. Não foi um romance muito apreciado que cativou o público. O que comoveu o público foi o filme puro. A maneira de construir essa história e de contá-la levou o público a reagir de uma forma emocional. A construção desse filme é muito interessante e é a minha experiência mais apaixonante de jogo com o público. Em ‘Psicose’ eu não dirigi atores, eu dirigi a platéia.”

Se é assim, tenho muito orgulho de dizer que fui dirigido por Alfred Hitchcock naquele dia. E desde então, por tudo o que “Psicose” significa como obra cinematográfica, como uso meticuloso e preciso de todos os elementos gramaticais que a linguagem do cinema proporciona a um diretor com o objetivo de impactar e emocionar o público, considero-o o melhor e mais perfeito filme de toda a História do cinema. Sem exageros e sem comparações.

Logo corri aos sebos de livros novamente em busca do romance de Robert Bloch (fotos 7 e 8), em que Hitch se baseou para fazer sua obra-prima. Cheguei a comprar compulsivamente todas as cópias do romance em português, publicado pela editora Record, que achava nas livrarias, apenas para presentear os amigos e espalhar minha paixão por aquela mórbida história. Nos anos seguintes consegui dois tesouros relacionados ao filme: um exemplar meio carcomido do Cahiers du Cinéma nº113 (foto 9) com capa e um longo ensaio sobre “Psicose”, e um livrão extraordinário – "Alfred Hitchcock's PSYCHO" (foto 10) – com mais de 1300 fotogramas do filme e todos os diálogos do roteiro, organizados de forma seqüencial para que se pudesse “ver” o filme apenas folheando o livro. Um verdadeiro vídeo-cassete sem ligar na tomada, só faltando a música de Bernard Herrmann. Achei esta raridade – editado por Richard J. Anobile, da Film Classics Library – na saudosa livraria Ao Livro Técnico, na rua Miguel Couto, no Centro do Rio. Nessa mesma época, entre meus delírios cinematográficos, eu sonhava em poder morar um dia numa casa que fosse a réplica da mansão Bates (foto 11), símbolo do estilo “Gótico Californiano”.

Em 1983 o diretor australiano Richard Franklin dirigiu nos EUA “Psicose II” (foto 12) a continuação do filme de Hitchcock. Obviamente o filme não chega aos pés do original, mas apesar das indevidas inserções de cenas de violência explícita feitas pelos produtores americanos à revelia de Franklin, “Psicose II” é um filme razoável. Até porque era com imenso prazer que eu voltava à mansão Bates, ao Bates motel e reencontrava o próprio Norman Bates, 23 anos depois dos acontecimentos originais. E para o lançamento, o próprio Anthony Perkins veio ao Brasil e fez uma palestra ao público na Cinemateca do MAM. É claro que eu estava lá, gravei a entrevista em fita cassete, tirei uma foto ao lado do primeiro e único Norman Bates (foto 13) e o fiz autografar uma pilha de livros relacionados ao filme, entre eles meu exemplar do Cahiers du Cinéma nº113 (foto 14) e meu livro “PSYCHO” da Film Classics Library, na primeira página e na foto da cena final (foto 15).

No ano seguinte conheci e namorei a Denise, outra apaixonada pela obra de Alfred Hitchcock como eu (foto 16). Uma tarde, na casa dela, montamos e fotografamos algumas cenas de clássicos do mestre, entre eles “Suspeita” (fotos 17, 18 e 19) e ”Disque M Para Matar” (fotos 20, 21 e 22). Foi uma tarde divertidíssima, apesar de no fim eu ter sido assassinado como uma das criaturas de Hitchcock (foto 23)...

O ano de 1985 trouxe o relançamento mundial de cinco filmes de Hitch em cópias estalando de novas. Eram “Festim Diabólico” (48), “Janela Indiscreta” (54), “O Terceiro Tiro” (56), “O Homem Que Sabia Demais” (56) e “Um Corpo Que Cai” (58) (foto 24), longe dos olhos do público há décadas por questões contratuais. Seguindo o exemplo de Anthony Perkins, James Stewart – amigo pessoal de Hitchcock e ator de quatro de seus filmes – veio ao Brasil para promover o relançamento junto à distribuidora UIP. Naturalmente me plantei na porta do hotel Rio Palace no Posto 6, em Copacabana, até conseguir falar com Jimmy Stewart. Tirei uma foto ao seu lado (foto 25) e pedi um autógrafo dele num lobby card de “Um Corpo Que Cai” (foto 26). Assisti quase todos os cinco filmes no saudoso cine Veneza, na praia de Botafogo.

No meu aniversário de 21 anos, em 1986, ganhei de uma amiga um exemplar do mais completo e importante livro sobre o cinema de Alfred Hitchcock, feito pelo também extraordinário cineasta e crítico francês François Truffaut, "Hitchcock / Truffaut" (foto 27), da editora Brasiliense, esgotadíssimo e relançado recentemente por outra editora. Poucos anos depois consegui a quadrinização de “Psicose” em três partes (foto 28) e o livro fundamental para qualquer fã do filme, Alfred Hitchcock and the Making of PSYCHO (foto 29), de Stephen Rebello.

Quando montei o curso ”História Ilustrada do Cinema” com minha amiga Cláudia Dottori, em 1993, fiz o cartaz de divulgação em cima de uma foto dos bastidores de “Psicose” (foto 30), e em 2004, na penúltima edição do curso, meu amigo Henrique Granado transformou a imagem num cartão postal (foto 31).

Minhas últimas aquisições relativas ao “mestre do suspense” foram um action figure de Norman Bates (foto 32), da coleção Movie Maniacs, da McFarlane Toys, e o DVD de “Psicose” (foto 33), presente da Cláudia no meu penúltimo aniversário. Um dia ainda vou conseguir uma dessas maquetes da mansão Bates (fotos 34 e 35), meus próximos “objetos do desejo”. Ou então eu mesmo faço uma.

E para fechar essa história, só quero lembrar que Alfred Hitchcock fez 53 filmes. Tenho o orgulho de ter assistido à grande maioria, sendo que mais de 30 deles vi no cinema, o que faz toda a diferença. E dentre todos esses filmes, depois de muitas dúvidas, elegi cinco deles como suas maiores obras-primas. São, em ordem cronológica, “Janela Indiscreta”, “Um Corpo Que Cai”, “Intriga Internacional”, “Psicose” e “Os Pássaros” (fotos de 36 a 40).

E agora, como diria o bom e velho Hitch, “Good evening”.

domingo, 12 de dezembro de 2004

NANDA DE VOLTA EM "RESSACA"


Aturar o "Fantástico" é dose, mas para ver Fernandinha Torres num trabalho inédito vale qualquer sacrifício! E depois de quase duas horas de programa, eis que chega meu primeiro presente de Natal no quadro Sitcom.br: "Ressaca", texto de João Falcão, direção de Carolina Jabor, com participação de Bruno Garcia. E, é claro, Fernandinha, extraordinária como sempre, vivendo uma mulher que acorda com uma ressaca braba e não lembra o que aconteceu exatamente na noite anterior.

Longe da telinha da TV desde o último episódio de "Os Normais", em 3 de outubro de 2003, Fernanda reaparece no quadro do "Fantástico" já se aquecendo para a volta de "Os Normais" no ano que vem, na TV e no cinema. Além disso Nanda volta em janeiro na curtíssima e derradeira temporada da peça "A Casa dos Budas Ditosos" no Canecão, e no meio do ano, com o lançamento do filme "Casa de Areia", do marido Andrucha Waddington, atuando ao lado da mãe Fernanda Montenegro.

Como eu já disse num post anterior, 2005 promete!!!

sábado, 11 de dezembro de 2004

CONSIDERAÇÕES CIENTÍFICAS SOBRE PAPAI NOEL


Como o Natal é tempo de reflexão, eis algo para se refletir neste fim de ano:

SERÁ QUE PAPAI NOEL EXISTE?

(ou Algumas Considerações Científicas Sobre Papai Noel)


Como resultado de extensa pesquisa, tenho a satisfação de apresentar as últimas teorizações sobre o bom velhinho:

1. Nenhuma espécie conhecida de rena pode voar. Mas, como ainda existem estimadas 300.000 espécies de organismos vivos a serem classificados, embora a maioria seja de insetos ou germes, isto não exclui completamente as renas voadoras que somente Papai Noel conhece.

2. Existem cerca de dois bilhões de crianças no mundo. Mas como Papai Noel atende principalmente a crianças cristãs, isto reduz sua carga de trabalho a 15% do total – cerca de 378 milhões, segundo dados recentes mais confiáveis. A uma média de 3,5 crianças por domicílio, são 91,5 milhões de domicílios a serem atendidos. Presume-se que haja pelo menos uma criança comportada em casa.

3. Papai Noel dispõe de 31 horas de Natal para cumprir sua missão, graças aos diferentes fusos horários e à rotação da Terra, desde que seu roteiro vá de oeste para leste (o que parece lógico). Isto dá 822,5 visitas por segundo. Quer dizer que, para cada lar cristão com crianças comportadas, o bom velhinho tem 1/1000 de segundo para estacionar, saltar do trenó, deixar os presentes e se dirigir ao próximo local. Supondo que estas 91,5 milhões de paradas estejam distribuídas igualmente ao redor do planeta (o que não é verdade, mas que aceitaremos para esta finalidade), estamos falando de um percurso total arredondado de 114.500.000 km, sem contar as paradas para fazer aquilo que todos nós fazemos pelo menos uma vez a cada 31 horas. Isto significa que o trenó de Papai Noel se move a 1040 km por segundo, cerca de 3000 vezes a velocidade do som. Como comparação, o foguete espacial mais rápido se “arrasta” a apenas 44km por segundo. E uma rena corre no máximo a 30 km/h.

4. A carga do trenó acrescenta outro elemento interessante. Supondo que cada criança receba nada além de um jogo de armar Lego (900 g), estamos falando de 288.000 toneladas, mais o (gordo) Papai Noel. No chão, renas comuns podem puxar, no máximo, 300 kg. Ainda considerando que renas voadoras (veja item 1) pudessem puxar 10 vezes mais, não daria para executar o serviço com oito nem nove delas: seria preciso 96 mil animais. Isto aumentaria o peso do conjunto para cerca de 321.600 toneladas (mais o trenó), igual a quatro transatlânticos.

5. 321.600 toneladas voando a 1040 km/seg. criaria uma enorme resistência do ar, aquecendo as renas como espaçonaves quando reentram na atmosfera. O primeiro par de renas absorveria 14,3 quintilhões de joules de energia. Por segundo. Cada. Ou seja, elas explodiriam em chamas quase que instantaneamente, expondo o par seguinte ao mesmo destino e criando uma explosão sônica ensurdecedora nesse momento. O conjunto inteiro de animais se vaporizaria em 4,5 milésimos de segundo. Enquanto isso, Papai Noel estaria sendo submetido a uma força centrífuga 17,5 milhões de vezes maior do que a gravidade. Um velhinho pesando pelo menos 113,5 kg estaria sendo esmagado contra o assento do trenó por 1.941.756 kg de força...

CONCLUINDO... SE PAPAI NOEL ALGUM DIA REALMENTE ENTREGOU PRESENTES NA NOITE DE NATAL, A ESTAS ALTURAS ELE JÁ ESTARIA MORTO COM CERTEZA!

BOAS FESTAS!


:-))

sexta-feira, 10 de dezembro de 2004

"A PROFECIA" ("The Omen", 1976), de Richard Donner

Rating:★★★★
Category:Movies
Genre: Horror


Direção: Richard Donner
Roteiro: David Seltzer, baseado no seu romance homônimo
Produção: Harvey Bernhard, Mace Neufeld, Charles Orme / 20th Century Fox
Fotografia: Gilbert Taylor
Montagem: Stuart Baird
Música: Jerry Goldsmith
Direção de Arte: Carmen Dillon, George Richardson
Elenco: Gregory Peck, Lee Remick, David Warner, Billie Whitelaw, Leo McKern, Harvey Stephens, Patrick Troughton, Martin Benson, Holly Palance, John Stride, Nicholas Campbell, Bruce Boa

* * * * * * * * * * *

Quando os judeus voltarem a Zion
E um cometa preencher o céu
E o Santo Império Romano se levantar,
Então você e eu devemos morrer.

Do Mar Eterno ele vai se levantar,
Criando exércitos em cada margem,
Virando cada homem contra seu irmão
Até que o homem não mais exista.


(Padre Brennan, citando o Livro do Apocalipse de São João)

* * * * * * * * * * *

David Warner, outro dos meus cult-atores, me remete diretamente a este clássico de terror dos anos 70. Baseado no livro de David Seltzer, com roteiro do próprio e direção do ótimo Richard Donner, “A Profecia” veio no vácuo do sucesso de “O Exorcista”, contando a história do nascimento do Anti-Cristo. O embaixador norte-americano em Londres, Robert Thorn (Gregory Peck), recebe a notícia de que seu filho recém-nascido morreu no parto e adota uma criança, que nasceu na mesma hora que seu filho e cuja mãe morreu, sem que sua esposa Katherine (Lee Remick) saiba. Assim Damien Thorn (Harvey Stephens) cresce feliz. Porém coisas estranhas começam a acontecer quando ele completa um ano: sua babá (Holly Palance, filha do ator Jack Palance) se enforca diante de todos durante a festa de aniversário, ele tem um ataque de pânico ao ser levado a uma igreja, provoca o caos entre os animais de um zoológico. Um padre perturbado (Patrick Troughton, que já foi o Doutor Who) procura o embaixador dizendo que presenciou o nascimento de Damien e que ele precisa ser morto. Thorn o expulsa do seu gabinete e o fotógrafo Keith Jennings (David Warner) tira fotos do padre, que mais tarde se revelam bastante estranhas e terrivelmente proféticas. Uma nova babá, a srta. Baylock (Billie Whitelaw), se apresenta na mansão dos Thorn e passa a tomar conta do pequeno Damien, com ajuda de um sinistro cão rotweiller. Aos poucos o terror vai se instaurando nesse cenário, e o destino dos personagens é selado por forças do próprio Inferno, até o final surpreendente e fora dos padrões de Hollywood. Oscar de melhor trilha sonora para Jerry Goldsmith, indicado também para melhor canção, “Ave Satani”.

Um dos três filmes que mais me senti frustrado em não poder assistir no cinema por causa da censura, “A Profecia” foi um marco cinematográfico da década de 70 e da minha vida. O filme foi alardeado como o grande sucessor de “O Exorcista”, e mais assustador que ele. Lembro que fez muito sucesso de crítica e de bilheteria na época.

Minha mãe e duas primas foram ver na semana de estréia, no cine Palácio, no passeio público, aqui perto de casa, e as três saíram assustadíssimas do cinema. E eu fiquei em casa, roendo minhas unhas de inveja delas. Tive que me contentar em ler a sátira da revista MAD e o livro de David Seltzer, que devorei aos 11 anos de idade. Lembro que fui numa festa com meus pais e o livro debaixo do braço. Como era uma festa de gente mais velha, me aboletei numa poltrona e enfiei meu nariz no livro. A anfitriã, amiga dos meus pais, ficou chocada com “o tipo de leitura que eles permitiam que eu lesse naquela idade”.

Também foi um dos discos de trilha sonora que mais me deu trabalho em conseguir, e se tornou uma das minhas duas trilhas favoritas de todos os tempos, ao lado de “Tubarão” de John Williams.

Gosto muito das duas continuações também (especialmente a trilha do segundo filme, mais assustadora que a do original!), porém “A Profecia” continua sendo um marco dentre os filmes de horror que tem o Diabo como tema.

......................................................................

NOTA: Para quem costuma aparecer aqui e ainda não notou, estou tentando postar o máximo de CARTAZES ORIGINAIS BRASILEIROS dos filmes que comento. Tenho um bom arquivo de press-releases, cartazes, folhetos e postais de filmes, principalmente dos anos 70 e 80, e estou escaneando esse material para ativar a memória de quem viu esses filmes no cinema nos respectivos lançamentos. Portanto ao invés de “Magic”, “Midnight Express” ou “The Omen”, vocês podem ver aqui “Um Passe de Mágica”, “O Expresso da Meia-Noite” e “A Profecia”. Espero estar contribuindo assim para a memória do cinema no Brasil na internet.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2004

THE SAGA BEGINS, de Weird Al Yankovic e Don McLean


Description:
Lembram de "American Pie", de Don McLean? Linda canção! Marcou época, virou hino de algumas gerações. Eu particularmente gosto muito.

Mas esqueçam a canção original, e deixem pra lá a versão da Madonna. A melhor mesmo é a mixórdia que Weird Al Yankovic fez usando a melodia da canção de McLean como pano de fundo, com uma letra pra lá de criativa resumindo toda a história do pífio "Episódio 1: A Ameaça Fantasma" da saga "Guerra nas Estrelas" de George Lucas.

A extraordinária trilogia clássica - "Guerra nas Estrelas", "O Império Contra-Ataca" e "O Retorno de Jedi" - não merecia ter uma introdução tão medíocre como essa. Porém graças ao engodo pirotécnico de Lucas para vender videogames e bonequinhos - com direito a um Darth Vader mirim que grita "Yupiii!" e a trapalhada digital de Jar-Jar Binks - a mente ferina de Al Yankovic nos presenteou com essa magnífica sátira musical. Diga-se de passagem, bem melhor que o filme que a inspirou! ;-)

P.S.: Especialmente dedicada aos meus amigos do Conselho Jedi Rio de Janeiro que sabem que o filme é um lixo, e à Bia (http://dynbia.multiply.com), que com sua lembrança de "American Pie" me fez chafurdar no meu baú de fitas cassete para ouvir de novo esta música que marcou o ano de 1999. :-)

Para ver o clipe, clique aqui: http://www.youtube.com/watch?v=4ttidEl0gXU

Ingredients:
"THE SAGA BEGINS"
(letra de Weird Al Yankovic sobre a melodia de "American Pie", de Don McLean)

A long, long time ago
In a galaxy far away
Naboo was under an attack
And I thought me and Qui-Gon Jinn
Could talk the Federation in-
To maybe cutting them a little slack
But their response, it didn't thrill us
They locked the doors and tried to kill us
We escaped from that gas
Then met Jar Jar and Boss Nass
We took a bongo from the scene
And we went to Theed to see the queen
We all wound up on Tatooine
That's where we found this boy...

Oh my my, this here Anakin guy
Maybe Vader someday later - now he's just a small fry
And he left his home and kissed his mommy goodbye
Sayin' 'Soon I'm gonna be a Jedi'
'Soon I'm gonna be a Jedi'

Did you know this junkyard slave
Isn't even old enough to shave
But he can use the Force, they say
Ahh, do you see him hitting on the queen
Though he's just nine and she's fourteen
Yeah, he's probably gonna marry her someday
Well, I know he built C-3PO
And I've heard how fast his pod can go
And we were broke, it's true
So we made a wager or two
He was a prepubescent flyin' ace
And the minute Jabba started off that race
Well, I knew who'd win first place
Oh yes, it was our boy

We started singin'...
My my, this here Anakin guy
Maybe Vader someday later - now he's just a small fry
And he left his home and kissed his mommy goodbye
Sayin' 'Soon I'm gonna be a Jedi'
'Soon I'm gonna be a Jedi'

Now we finally got to Coruscant
The Jedi Council we knew would want
To see how good the boy could be
So we took him there and we told the tale
How his midi-chlorians were off the scale
And he might fulfill that prophecy
Oh, the Council was impressed, of course
Could he bring balance to the Force?
They interviewed the kid
Oh, training they forbid
Because Yoda sensed in him much fear
And Qui-Gon said, 'Now listen here
Just stick it in your pointy ear
I still will teach this boy'

He was singin'...
My my, this here Anakin guy
Maybe Vader someday later - now he's just a small fry
And he left his home and kissed his mommy goodbye
Sayin' 'Soon I'm gonna be a Jedi'
'Soon I'm gonna be a Jedi'

We caught a ride back to Naboo
'Cause Queen Amidala wanted to
I frankly would've liked to stay
We all fought in that epic war
And it wasn't long at all before
Little Hotshot flew his plane and saved the day
And in the end some Gungans died
Some ships blew up and some pilots fried
A lot of folks were croakin'
The battle droids were broken
And the Jedi I admire most
Met up with Darth Maul and now he's toast
While I'm still here and he's a ghost
I guess I'll train this boy

And I was singin'...
My my, this here Anakin guy
Maybe Vader some day later - now he's just a small fry
And he left his home and kissed his mommy goodbye
Sayin' 'Soon I'm gonna be a Jedi'
'Soon I'm gonna be a Jedi'

We were singin'...
My my, this here Anakin guy
Maybe Vader some day later, now he's just a small fry
And he left his home and kissed his mommy goodbye
Sayin' 'Soon I'm gonna be a Jedi'


Directions:
Para ver o clipe clique aqui!

E veja também a versão de Lego!

"The Saga Begins", do álbum "Running With Scissors", de Weird Al Yankovic, 1999.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2004

ENCONTRO DE FOTOLOGGERS DE NATAL!

Start:     Dec 8, '04 8:00p
End:     Dec 9, '04 3:00a
Location:     No restaurante HIDEAWAY - Rua das Laranjeiras, 308 (junto ao CCAA, em frente às Casas Casadas) - Telefone: 2285-0921
É HOJE! Quarta-feira, dia 8 de dezembro!

No HIDEAWAY, em Laranjeiras!

Acesso fácil: sem escadas, no térreo!

Restaurante coberto.

Condução na porta para todos os lugares:
Ônibus, na ida e na volta: 422, 583, 584, 184, 180, 497, 498, 569, 570.
O ponto do ônibus 996 é a 50 metros do local.
Metrô Largo do Machado a 15 minutos.

Manobreiro (pago) para estacionamento em frente ao restaurante.

Estacionamento na rua em frente ao restaurante.

Teremos duas mesas de 30 lugares cada, com direito a boate liberada, gentilmente, PARA NÓS.... a partir das 23:30h. Quem não quiser sentar, tem espaço sobrando e até uma mesa de sinuca, pra distrair!

Cartela individual
Comida deliciosa
Música ambiente (o som da boate não é ouvido na pizzaria, onde vamos ficar)

AR condicionado

OBS: Quem quiser participar do amigo oculto, leva um presente unissex, no valor mínimo de R$ 1,99. Chegando lá, a gente sorteia. Quem não quiser, não participa, OK?... Numa boa!

NÃO FALTE!!! E NÃO SE ESQUEÇA DO CRACHÁ!!!

DOIDA DEMAIS


Até semana passada eu ouvia isso pelo menos uma vez a cada três dias para matar as saudades da Vani. Nunca me recuperei da ausência dela nas minhas noites de sexta-feira... Mas depois da notícia da volta de "Os Normais" em dose tripla em 2005 (vide notícia anterior), agora eu ouço isso direeeeeto no repeat!!! :-)))

"DOIDA DEMAIS"
(Lindomar Castilho / Ronaldo Adriano)
Interpretado por Lindomar Castilho

Eu pensei em lhe entregar
Meu amor, meu coração
Meu carinho e muito mais
Mas parei por um instante
Pensei mais dois minutinhos
E voltei um pouco atrás

Recordei que no passado
Você esteve ao meu lado
E roubou a minha paz
Hoje me serve de exemplo
Vou fugir enquanto é tempo
Você é doida demais

Você é doida demais
Você é doida demais
E você é doida demais
Doida, muito doida
Você é doida demais

Eu não quero e nem preciso
De amor doido, sem juízo
Para comigo viver
Pois eu sou aquele homem
Que pensou lhe dar um nome
E você nem quis saber

Todo dia me enganava
Sempre você me trocava
Pelo amor de outro rapaz
Você é tão leviana
Nisso você não me engana
Você é doida demais

Você é doida demais
Você é doida demais
E você é doida demais
Doida, muito doida
Você é doida demais

Você é doida demais
Você é doida demais
E você é doida demais
Doida, muito doida
Você é doida demais

terça-feira, 7 de dezembro de 2004

TRÊS MOTIVOS NORMAIS PARA ESPERAR 2005 COM ANSIEDADE!


Publicado no jornal "O Dia" de sábado, 4 de dezembro de 2004:

+ NORMAL

Fernanda Torres e Luiz Fernando Guimarães preparam volta do programa e novo filme

Alícia Uchôa

Sem temporada de Os Normais este ano, os fãs da série não precisam se sentir órfãos de Rui (Luiz Fernando Guimarães) e Vani (Fernanda Torres). Os autores Alexandre Machado e Fernanda Young, junto com o diretor José Alvarenga Jr., já preparam a volta do casal à TV e aos cinemas no ano que vem. Para dar um gostinho, antes da nova temporada, a dupla entra no ar para fazer festa.

“Para os 40 anos da Globo, em abril, a gente vai fazer um especial de 20 minutos, que o Alexandre já começou a escrever. O episódio se passa daqui a 40 anos, em 2045. A gente voltou a se reunir para falar disso e foi muito divertido. A partir disso, começamos a ficar com saudades e há um interesse nosso de ter mais uma temporada, de 10 ou 12 episódios”, avisa o diretor.

Mas não foram só eles que sentiram falta das brigas e situações inusitadas vividas por Rui e Vani. “Os Normais tiveram muito êxito, as pessoas pediam a volta nas ruas e por e-mail. Uma prova dessa carência são os DVDs, que vendem pra burro”, orgulha-se Alvarenga, lembrando o filme, que arrecadou quase R$ 3 milhões e ganhou prêmios em festivais de Miami e Nova Iorque.

Além de novas piadas, uma nova temporada abre caminho para mais um longa-metragem com base no humorístico. “Na verdade, Os Normais 2 deveria ter sido rodado e lançado este ano. O problema foi a nossa agenda. Eu dirigindo A Diarista, Fernanda (Torres) com peça em São Paulo, nós três (ele, Fernanda Young e Alexandre Machado) atribulados com Os Aspones, não tivemos tempo. Agora já temos alguns programas consolidados para mais uma temporada, que ajudaria a lançar o segundo filme do casal”, torce o diretor. O público endossa a torcida.


* * * * * * * * * *

Resumindo... em 2005:

- Especial de "Os Normais" passado daqui a 40 anos;
- "Os Normais - O 2º Filme" nos cinemas;
- A volta da série de TV em pelo menos 12 programas.


Pra quem me conhece, sabe que tá muito difícil tirar o sorriso de orelha a orelha da cara e diminuir o estado de total excitação e alegria desde sábado... :-D

E pra quem ainda não me conhece ou tem dúvida do quanto eu adoro "Os Normais", é só dar uma passadinha aqui ... ;-)

domingo, 5 de dezembro de 2004

CANTINA DE MOS EISLEY




HAPPY HOUR NA CANTINA DE MOS EISLEY !

Sou fã de "Star Wars" desde o tempo em que se chamava "Guerra nas Estrelas". Assisti a toda a trilogia clássica nas suas respectivas estréias, em 1978, 1981 e 1983, e logo passei a colecionar muita coisa relativa à saga de George Lucas. Discos, livros, histórias em quadrinhos, pôsteres, revistas de cinema, miniaturas de naves, objetos e finalmente os action figures, mais conhecido entre os leigos como "bonequinhos". Eu também os chamo assim, principalmente quando não tenho grana para comprar um, coisa que não faço há mais de dois anos.

Comecei a colecioná-los em 1999 e no ano seguinte montei essa reprodução anárquica da Cantina de Mos Eisley (foto 1), um dos cenários mais famosos do filme original de 1977, onde o jovem Luke Skywalker e o velho jedi Ben Kenobi se encontram com Han Solo e Chewbacca pela primeira vez. O filme sugere que a cantina do espaçoporto de Mos Eisley (que na verdade se chama Chalmun's Cantina) é o ponto de encontro dos mais diversos tipos de alienígenas de toda a galáxia. Por isso ampliei esse conceito fazendo presença de alguns personagens famosos do cinema e da TV de ficção científica: Alien, Predador, ET, Superman, Supergirl, o marciano Marvin, Buzz Lightyear, entre outros alienígenas e viajantes do espaço sideral.

Esta primeira cantina foi feita com o cenário de papelão vendido pela Kenner/Hasbro (a empresa que fabrica as miniaturas oficiais de "Star Wars" nos EUA) e ficou exposta na estante da sala da minha casa durante um bom tempo. Hoje finalmente apresento a vocês a "fotonovela" que desde o início imaginei fazer com esta maquete, tendo como inspiração básica as sátiras de cinema da revista MAD (fotos de 2 a 11).

No início do ano passado montei a versão "oficial" da Cantina de Mos Eisley em madeira, metal, papelão e isopor – baseada na planta original usada no filme "Guerra nas Estrelas" – para a "2ª EXPO-COLEÇÕES", organizada pelo meu amigo Felipe Trotta e exposta ao público no Forte de Copacabana em julho de 2003 (fotos de 12 a 22). Hoje esta maquete de um metro quadrado se encontra aqui em casa, mas ainda incompleta. Em breve farei os acabamentos finais e ela será reaberta ao público (que vier me visitar, naturalmente) com toda a pompa e circunstância que um estabelecimento dessa importância histórico-cultural merece.

* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *

quinta-feira, 2 de dezembro de 2004

"OS AVENTUREIROS DO TEMPO" ("Time Bandits", 1981), de Terry Gilliam

Rating:★★★★
Category:Movies
Genre: Cult


Direção: Terry Gilliam
Roteiro: Terry Gilliam, John Cleese, Michael Palin, Eric Idle
Produção: George Harrison, Denis O'Brien, Terry Gilliam, Neville C. Thompson / Handmade Films, Avco Embassy Pictures
Fotografia: Peter Biziou
Montagem: Julian Doyle
Música: Mike Moran, George Harrison
Direção de Arte: Norman Garwood, Millie Burns
Elenco: Craig Warnock, David Rappaport, Kenny Baker, Jack Purvis, Malcolm Dixon, Tiny Ross, Michael Edmonds, John Cleese, Sean Connery, Michael Palin, Shelley Duvall, Ian Holm, David Warner, Ralph Richardson, Peter Vaughan, Katherine Helmond, Charles McKeown, Jim Broadbent, David Leland

* * * * * * * * * * *

O Mal: No one created me! I am Evil! Evil existed long before Good. I cannot be unmade. I am all-powerful!
..........

Kevin: Why does there have to be evil?
Ser Supremo: I think it has something to do with free will.

* * * * * * * * * * *

Terry Gilliam também nos deu esta fantasia estranha e divertida. Lançado no Brasil em vídeo e na TV com o título de “Bandidos do Tempo”, o filme conta a história de Kevin (Craig Warnock), um garoto inglês que acidentalmente se junta a um grupo de anões viajantes do tempo e do espaço que roubaram um mapa do Ser Supremo (Ralph Richardson) indicando a localização de todas as falhas da Criação. Não menos do que ajudantes na própria gênese do universo, eles pretendem usar esses ‘buracos’ para pular de um tempo a outro, roubando o máximo que puderem, garantindo sua liberdade e independência de Deus, e uma fortuna para usufruírem pela eternidade. Dessa forma – com o atordoado Kevin a tiracolo e perseguidos pelo Ser Supremo – eles roubam Napoleão (Ian Holm) durante a Batalha de Castiglione, no final do século 18, tentam enganar Robin Hood (John Cleese, estranhíssimo como o nobre ladrão), e fazem Agamenon (Sean Connery) de bobo na Grécia antiga. Fazendo uma pequena pausa em seus roubos atemporais, o grupo descansa a bordo de um luxuoso transatlântico em 1912, que cruza o Atlântico norte rumo a... um iceberg! Enquanto relaxam e fazem planos a bordo do R.M.S. Titanic, eles nem desconfiam que estão sendo observados pelO Mal, a criatura mais maléfica e perversa da Criação (David Warner), que tenta a todo custo atraí-los para sua Fortaleza das Trevas e roubar-lhes o mapa, a fim de dominar todo o universo.

Além de John Cleese, Michael Palin é outro “pythoniano” que dá as caras aqui, além de co-escrever o roteiro com Terry Gilliam. Seres e imagens fantásticas povoam esse estranho universo, como gigantes que usam navios como chapéus, cavaleiros montados que pulam de dentro de armários, e homens-porco. Além disso a roupa, armadura – enfim, o que quer que seja aquilo! – dO Mal lembra muito as criaturas e invenções do perturbado desenhista H. R. Giger. David Rappaport, Jack Purvis e Kenny Baker (o lendário robô R2-D2, de “Guerra nas Estrelas”) estão entre os anões bandidos do tempo, enquanto Shelley Duvall, Peter Vaughan, Katherine Helmond e Jim Broadbent completam o elenco.

Vi “Os Aventureiros do Tempo” no Cine Arte UFF, em Niterói, com minha amiga e ex-namorada Denise, que adorava o filme. Isso foi quatro anos antes de “Brazil” e os delírios de Terry Gilliam já me deixavam fascinados. Além disso já tinha visto os filmes do Monty Python, já era fã deles e sabia o que esperar de um filme saído da cabeça dos membros do grupo: isto é, pode-se esperar qualquer coisa!