Rating: | ★★★★★ |
Category: | Movies |
Genre: | Documentary |
Direção e roteiro: Woody Allen
Produção: Charles H. Joffe, Jack Rollins, Robert Greenhut, Michael Peyser / Orion Pictures Corporation
Fotografia: Gordon Willis
Montagem: Susan E. Morse
Música: Dick Hyman
Direção de Arte: Speed Hopkins, Mel Bourne
Elenco: Woody Allen, Mia Farrow, Susan Sontag, Irving Howe, Saul Bellow, Dr. Bruno Bettelheim, Ellen Garrison, John Buckwalter, Patrick Horgan (narrador)
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"Eu tenho um caso interessante. Estou tratando dois pares de irmãos siameses com dupla personalidade. Sou pago por oito pessoas." (Leonard Zelig, quando pensava que era psicólogo)
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"A Ku Klux Klan, que via Zelig como judeu, e que podia se transformar em negro e em índio, o encarava como uma tripla ameaça." (o narrador)
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Muitos falam de "Forrest Gump" quando lembram de filmes que misturam personagens fictícios com personalidades reais, mas esquecem essa pérola de Woody Allen, perfeito em vários aspectos.
"Zelig" (que a princípio iria se chamar "Cidadão Zelig", uma alusão direta a "Cidadão Kane" de Orson Welles) é o tour de force de Allen em realizar um autêntico documentário, com todos os códigos do formato jornalístico, só que de um personagem fictício. Reunindo depoimentos de intelectuais reais de respeito e prestígio como Susan Sontag, Inving Howe e Saul Bellow, que se referem a Leonard Zelig - "o Homem-Camaleão" - como um dos maiores fenômenos dos anos 20 e 30 e que foi subitamente esquecido nas décadas seguintes, Woody Allen confunde o espectador. Uma história totalmente ficcional, no formato de um documentário acadêmico, com o aval de figuras conhecidas, e com imagens envelhecidas que misturam Allen com figuras importantes da época (F. Scott Fitgerald, Eugene O'Neill, etc.) dá para confundir mesmo.
Além disso o filme mostra que o "fenômeno Zelig" rendeu canções de ragtime, brinquedos, até mesmo um filme hollywoodiano contando sua história, enfim, foi um grande modismo nos anos 20 e 30. E mostra como a cultura americana pode transformar um cidadão comum no inimigo público número 1 e logo em seguida perdoá-lo e elevá-lo a herói como quem muda de roupa. Sem dúvida alguma, "Zelig" é uma crítica social sarcástica e eficiente e uma obra-prima do cinema contemporâneo.
Olá, Oz,
ResponderExcluirQuero destacar o significado e a importância do "Homem-Camaleão". Assisti a este filme há muito tempo e está na minha lista dos que verei outra vez, obrigatóriamente. Além de tudo o que você coloca na sua análise abaixo, vi ainda nesse filme a sacação imperdível que é a mudança que muitas pessoas sofrem quando na companhia de outras, para atrair vantagens e ser aceitas pela sociedade. Conheço muitas pessoas "Zelig". O mundo é cheio delas. Se não o tempo todo, em alguns momentos de suas vidas.
Beijos.
É, Dulce... então acho que eu sou o "anti-Zelig"... pela quantidade de pessoas que tenho descoberto que não gostam de mim ou que me evitam, pelo menos na internet. :-(
ResponderExcluirMas "Zelig" é realmente uma obra-prima. Revi duas vezes recentemente, por conta do curso de Woody Allen que dei nos últimos meses. :-)
Beijos,
Oz
É dos meus preferidos dele. Lembro de uma informação que não sei verdadeira... Será que você poderia me dizer se de fato ele pisou no filme, pra que o resultado ficasse com cara de ainda mais velho?
ResponderExcluirAbração
Ricardo, não sei se ele "pisou" no filme, mas tenho certeza de que usou de técnicas para que o filme ficasse com cara de envelhecido. Existem várias, a maioria técnicas. Não precisa pisar na película pra tanto. ;-)
ResponderExcluirGrande abraço, sumido!
Oz