sexta-feira, 5 de agosto de 2005

INDIANA JONES AND THE LITTLE BOY OF THE INDIANAPOLIS -4


 


PARTE 4 (de 4)


 


Ainda disfarçado de ator de Teatro No, Indiana Jones se informa com soldados de guarda de Hiroshima sobre a localização do templo budista abandonado. Às 4 da manhã, ele encontra o templo. Entra e começa a procurar a mais antiga das espadas Masamune, seguindo as indicações da carta do Capitão Fallsworth. Desce até o porão e continua a busca. Indy não percebe o movimento na nave do templo. Após atravessar um corredor secreto descendente, escondido nas pedras da parede, Indiana acha uma pesada arca de metal numa câmara escura. Dentro, enrolado num embrulho de couro, está a tão procurada katana, a espada Masamune.


 


São 4:55; o bombardeiro “Enola Gay” sobrevoa a ilha de Iwo Jima e mantém uma formação em “V” com os outros B-29; seguem para a ilha japonesa de Shikoku; o Coronel Tibbets – o comandante da missão – chama todo o pessoal pelo interfone e avisa que doravante, todos os homens devem manter-se em suas posições. E que, ao atingirem a costa do Japão, toda a conversa pelo interfone será gravada. “Isto é para entrar na História. Portanto, cuidado com a linguagem. Estamos transportando a primeira bomba atômica”.


 


De repente, Indy é surpreendido por dois ninjas, às suas costas. São descendentes de antigos samurais da Dinastia Kamakura, guardiões da espada. Indy reage ao ataque empunhando a espada, que segundo a tradição, só pode ser empunhada por alguém íntegro. A lenda diz também que a arma é uma fonte de poder. A luta entre eles é feroz, com os ninjas gritando que “um ianque não pode invadir um templo Japonês, roubar seus tesouros e ainda escapar com vida”. Indy volta pelo túnel e consegue provocar um deslizamento, encerrando os ninjas na câmara da arca. Pensando que está a salvo, Indiana baixa a guarda e caminha em direção à escada que leva à nave. De repente, é ferido no braço por outro ninja escondido no porão. A luta continua até que Indy se esconde nas sombras de um pequeno nicho na parede e o ninja desfere o que acredita ser um golpe mortal. Nosso herói finge gemer de dor e o ninja se afasta, dando-lhe as costas. Jones sai de fininho. O ninja percebe o movimento e corre até a escada, atrás do inimigo. Indiana dá-lhe um chute na cara que o deixa desacordado.


 


São 7:09; um sinal de alerta antiaéreo começa a soar na cidade. Indy se assusta e corre em direção à porta do templo. Ao passar, a espada de um quarto ninja passa de raspão pelas costas de Indiana, que, ao invés de se virar e lutar, continua correndo. Ele olha para o céu e avista um avião, um bombardeiro americano, sobrevoando os céus de Hiroshima. Sente que há algo errado e corre para o porto (Indy não sabe mas esse é o “Straight Flush”, um avião meteorológico).


 


No cais, o ninja – que o tinha perseguido – o encurrala num pier. Indiana deixa cair a katana ancestral e, aparentemente, está indefeso. O ninja se prepara para desferir o golpe final quando Indy se lembra do seu revólver (e que aquela situação não lhe é estranha). Indy saca a arma e atira no inimigo em pleno ar, que cai morto a seus pés, sobre o pacote da espada. Jones empurra o corpo, pega o embrulho e, antes que comecem a surgir curiosos, pula dentro de um barco pesqueiro que se prepara para zarpar.


 


São 7:25; o “Straight Flush” transmite uma mensagem ao “Enola Gay”: “Conselho: bombardear alvo primário”. No bombardeiro, o Coronel Tibbets se vira para o navegador e diz: “É Hiroshima”. O “Straight Flush” dá meia volta e ruma para o mar.


 


O barco pesqueiro parte para alto-mar antes que as autoridades descubram o corpo do ninja no pier. Dentro de um barco salva-vidas, Indiana sente as dores do ferimento da lâmina, mas tenta não chamar a atenção.


 


São 8:09; a tripulação do “Enola Gay” avista Hiroshima; Tibbets avisa pelo interfone: “Vamos iniciar a corrida para o bombardeio. Quando ouvirem o sinal da cigarra, coloquem os óculos de proteção até que o clarão passe”. Acomodando-se sob a lona, ao lado do valioso embrulho, Indy suspira com o “quase” fim da aventura.


 


São 8:14; o “Enola Gay” alcança 9530 metros de altura; o ponto-alvo se ajusta ao cruzamento dos retículos do visor de bombardeio; o Major Tom Ferebee diz “peguei-o!” e aciona a sincronização automática. Um tripulante do barco pesqueiro se aproxima do salva-vidas de Indy e percebe algo estranho.


 


8:15; Ferebee liga o sinal de cigarra do rádio; faltam quinze segundos para a bomba ser lançada. O tripulante puxa a lona do escaler. No avião, abre-se o compartimento de bombas; o “Enola Gay” dá uma guinada para cima e solta a bomba; as cabeças de todos a bordo são violentamente sacudidas; o avião sobe, faz uma curva apertada e se afasta. Indiana leva um susto e salta de seu esconderijo. O tripulante do pesqueiro chama os companheiros e começa a gritar com Indy.


 


Antes que o relógio marque 8:16, antes que alguém possa explicar alguma coisa, um clarão luminoso surge na direção da cidade de Hiroshima, e um gigantesco cogumelo surge nos céus diante de Indiana Jones e da tripulação emudecida. Uma onda de choque sacode o barco na água. Indy e os tripulantes se entreolham, numa cumplicidade estarrecida. A bordo do “Enola Gay”, o Capitão Robert A. Lewis, co-piloto de Tibbets, boquiaberto exclama: “Meu Deus! O que fizemos?”


 


 


EPÍLOGO


 


Indiana Jones sai do Museu de Arqueologia de Nova Iorque e, na escadaria, se despede do amigo Marcus Brody, após ter entregue a espada Masamune. Indy caminha cabisbaixo pelas ruas. Num sinal de trânsito, esbarra em alguém sem querer: é Quint, o marinheiro do U.S.S. Indianapolis. Quint convida Indy para um drink.


 


No bar, Quint conta como viu Robinson morrer devorado pelos tubarões e como escapou após vários dias à deriva. Comentam o horror da explosão atômica e Indy conta que ele estava lá. Quint fica assombrado e comenta como o mundo está se tornando perigoso e complicado. Indy diz que está precisando mesmo de um pouco de paz, após tantas aventuras e tantos riscos. Quint concorda e diz que vai comprar um barco e passar o resto da vida pescando numa pequena ilha perto dali, na costa de Long Island: Amity.


 


 


FIM* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *



 


 


NOTAS: Alguns fatos desta história - como o teste da primeira bomba atômica no Novo México, o destino do U.S.S. Indianapolis, os horários da missão do “Enola Gay” e os diálogos entre seus tripulantes - são absolutamente reais, e foram colhidos após pesquisa em livros de História e na internet.


 


Quint e Martin Brody (colocado aqui como o neto de Marcus Brody) são personagens de "Tubarão", livro de Peter Benchley, e filme de Steven Spielberg com roteiro de Benchley e Carl Gottlieb.


 


Oswaldo Lopes Jr.


Março de 1995.


 

7 comentários:

  1. Oz,

    Gostei muito, mas muito mesmo!
    A história apesar de curtinha é densa e tem conteúdo. Prende a gente do começo ao fim.
    Parabéns! Você é muito bom nisso!

    Quanto aos 60 anos da bomba atômica em Hiroshima, gostaria de deixar registrada aqui toda a minha indignação e revolta com relação à extrema violência usada nesse episódio da História da Humanidade.
    Lamentável ter sido uma bomba atômica.
    Lamentável saber detalhes desse ataque.
    Hoje de manhã vi uma reportagem feita pelo Carlos Dorneles na TV.
    Ele explicou que além de aterrador, o ataque foi duplamente covarde.
    O alvo Hiroshima foi escolhido a dedo pelo fato de ser uma das cidades ainda não atingidas pela guerra, mas pior, porque na maioria das famílias, os homens estavam fora, na guerra e eles quiseram mesmo atacar suas famílias.
    A maioria dos mortos eram velhos, mulheres e crianças.
    Na hora em que a bomba foi detonada, cerca de 15.000 crianças morreram na hora. Foi um total de 45.000 mortos. Nas próximas semanas o número de mortos aumentou para 150.000 e nos anos que se passaram muitas pessoas foram morrendo por doenças adquiridas em função da terrível bomba.
    Muito triste.
    Também foi relatado que os habitantes não souberam explicar do que se tratava. Imaginavam terem sido atingidos por milhares de bombas que supostamente teriam sido lançadas ao mesmo tempo, porém, ninguém tinha avistado aviões e esta hipótese não se explicava.
    Outra hipótese levantada por eles é que os americanos de alguma forma haviam enterrado bombas no subsolo da cidade que explodiram juntas.
    A coisa foi tão feia que ninguém sabia explicar.
    A explicação veio dos próprios americanos que assumiram a autoria do ataque e contaram ao mundo seu "grande feito".

    Que tudo isso fique mesmo somente na História e que sirva de exemplo de atrocidade e covardia e que nunca mais se repita.

    Impressionante do que o bicho homem é capaz.

    Beijos, Oz.

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  2. Oz,

    Gostei muito, mas muito mesmo!
    A história apesar de curtinha é densa e tem conteúdo. Prende a gente do começo ao fim.
    Parabéns! Você é muito bom nisso!

    Quanto aos 60 anos da bomba atômica em Hiroshima, gostaria de deixar registrada aqui toda a minha indignação e revolta com relação à extrema violência usada nesse episódio da História da Humanidade.
    Lamentável ter sido uma bomba atômica.
    Lamentável saber detalhes desse ataque.
    Hoje de manhã vi uma reportagem feita pelo Carlos Dorneles na TV.
    Ele explicou que além de aterrador, o ataque foi duplamente covarde.
    O alvo Hiroshima foi escolhido a dedo pelo fato de ser uma das cidades ainda não atingidas pela guerra, mas pior, porque na maioria das famílias, os homens estavam fora, na guerra e eles quiseram mesmo atacar suas famílias.
    A maioria dos mortos eram velhos, mulh

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  3. clap clap clap clap
    História perfeita.
    Adoreii
    :))

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  4. Oz, ADOREI a historia! Acho q vc devia mover ceus e terra para que isso chegue as mãos de GL e Spielberg, e se ja fez isso, que faça de novo!
    Alias, se o Gordirro pode dar curso sobre ANH, pq vc nao faz cursos sobre Indy, falando principalmente da serie e correlacionando com fatos historicos? Eu ADORARIA participar disso! Faça uma mini-Indycon para os amigos e nos cobre! XD

    Debora

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  5. excelente estória, Oz. Prendeu minha atenção do começo ao fim.
    quanto à bomba, vale uma visita ao museu de Hiroshima. A gente sai de la revoltado com os americanos e com a certeza que eles queriam testar o efeito nos seres humanos e não hesitaram em joga-la na cabeça dos japoneses.
    abs,
    cesar

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  6. Oi, Oz...

    Você tá sumido...
    Tá tudo bem?
    Espero que sim!

    Beijos,

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  7. Não sei se deu pra você notar, Renata, mas estou com metade do rosto paralisado desde sexta. E tem piorado a cada dia. Hoje fui ao médico e já me disseram que não é nada grave, nenhum princípio de AVC como eu temia nem nada parecido. Mas não conseguiram diagnosticar direito e disseram que eu posso ficar um tempo assim. Tá horrível. Pelo menos não dói, mas incomoda um bocado.

    Amanhã de manhã vou num neurologista conceituado e bem indicado.

    Assim que estiver melhor volto a postar e a comentar aqui. Quero comentar os elogios e comentários de vocês à minha história, que é praticamente um filho pra mim, mas ando sem ânimo por causa desse meu estado de vilão do Batman, "Two-Face"... :-P

    Beijos,
    Oz

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