domingo, 6 de agosto de 2006

ETIQUETA - CELULAR


Sim, eu sei, quase a totalidade da população adora, tem ou deseja ter um telefone celular. Eu, por outro lado, tenho tanta vontade de ter um aparelho celular quanto quero perder um dos meus rins ou um pedaço do meu cérebro.


Se algum desavisado quiser me dar um celular de presente eu serei obrigado a recusar educadamente. Quando toca um aparelho desses ao meu lado, o dono não está perto e me pedem para atender, eu me sinto como um cego epilético tentando desarmar uma bomba nuclear. Quando um amigo atende um celular em público e começa a estender a conversa com detalhes pessoais, no meio da multidão em alto e bom som, eu me afasto e faço cara de "não conheço e nunca vi mais gordo". Quando vejo um motorista dirigindo e falando ao celular ao mesmo tempo, desejo secretamente que um poste desgovernado venha em sua direção, não para matá-lo, mas apenas como aviso, para o boçal perceber que não se faz isso. Quando vejo um sujeito atendendo um celular e falando alto, cheio de trejeitos, descaradamente para se mostrar, eu percebo o quanto a Humanidade é patética e merece o mesmo fim dos dinossauros.


Metade dos anúncios na TV são de aparelhos e operadoras de celular - as mesmas das quais todo mundo reclama e processa na justiça. Aliás esses anúncios fazem parecer com que aparelhos celulares sejam tão fundamentais para a vida na Terra quanto a água, a comida ou o oxigênio.


Sim, eu também sei que os celulares são fundamentais para quem tem filhos, para quem trabalha na rua e/ou fica quicando de um lugar pro outro o dia todo ou para quem precisa se comunicar com urgência com amigos, parentes, clientes ou outras pessoas. Reconheço que é uma invenção funcional e bastante prática. Mesmo assim me sinto feliz em não ter um celular e em sempre carregar comigo um cartão telefônico de orelhão. Porém o meu desprezo por esses pequenos sonhos de consumo de mais de 90% da população não vem exatamente ao caso.


A questão é: se você está num cinema ou num teatro, bem acomodado na sua poltrona, na sala escura, curtindo um bom filme ou um espetáculo teatral e o telefone celular de um energúmeno tocar no recinto - ou mesmo o pateta ligar para alguém e falar baixinho, incomodando os que estão à sua volta e faltando com respeito à atração que você pagou pra ver -, será que temos o direito de arrancar o pequeno aparelho irritante das mãos da anta e atirá-lo com força na parede ou em qualquer outra direção??? Ou se fizermos isso o imbecil vai mandar nos prender ou obrigar a pagar por uma maquininha de irritar nova???


P.S.: Por favor, eu sei que você (mais de 90% dos seres humanos, que visitam ou não o meu Multiply) tem um celular, por isso eu te peço encarecidamente para que não leve as minhas questões para o lado pessoal e não me apedreje por isso, ok?


 

9 comentários:

  1. Eu sinto a mesma coisa...rs
    Muito bom o post. :)
    Odeio celulares também.
    Quando estou em casa o meu está sempre desligado.

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  2. Oz,

    Eu acho que TUDO na vida é questão de educação e bom senso.
    O celular, como você mesmo disse, foi uma invenção prática e é mesmo necessário para muita gente. Vivíamos sem celular antes? Sim. Assim como vivíamos sem televisão, dvd, telefone, enfim... o futuro vai chegando e inovando nossos conceitos. O que não podemos esquecer nunca é que a educação e o respeito ao próximo devem vir acima de tudo. Se todos encarassem as coisas dessa forma, nenhum tipo de tecnologia incomodaria.
    Você tem razão ao reclamar dos donos de celular.
    É uma falta de respeito generalizada por aí.
    Tenho até um dvd de uma peça de teatro, chamada 7 Minutos, com o Antônio Fagundes, que trata exatamente dessa questão: A falta de educação da platéia nos teatros de hoje em dia (e ele cita o celular várias vezes).

    Gostei muito do post!!!

    Beijão!

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  3. Isso aí OZ!!!! Se eu não tivesse trabalho nem namorada nem família longe eu jamais teria um celular! Odeio também!!!!
    Abração!

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  4. Obrigado, menina.

    Acho que vou ser o último ser humano no planeta sem celular. :-)

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  5. É EXATAMENTE ISSO, Renata!!! O que falta nas pessoas é bom senso ao usar esses malditos aparelhinhos em público.

    Não me lembro onde eu vi, se numa série de TV ou num filme, alguém fazer o que eu sugeri. Um idiota atendeu um celular num lugar e numa situação em que incomodava todos à sua volta e alguém chegou, arrancou o aparelho das mãos do energúmeno e jogou dentro d'água, acho que num rio ou num lago. Nisso, todo mundo em volta aplaude a atitude de quem jogou o celular da anta dentro d'água!!!

    Se um paspalho desses deixasse o celular ligado dentro do cinema ou do teatro, deveria ser convidado a se retirar e não voltar mais ao recinto!!!

    Beijos,
    Oz

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  6. Eu pretendo NUNCA ter um celular, Lucas!!!! Só se for imposto por questões profissionais mesmo. Mas fora isso, não tenho a menor intenção em ter um! Nem que me paguem pra isso!

    Abraços,
    Oz

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  7. Oz, aqui é o Jaime, da lista HENRY JONES JR. Olha, concordo com tudo que vc falou, eu mesmo joguei o meu celular fora há alguns meses, pois não aguentava mais, e eu estava sendo um hipócrita total. Grande texto, coisa pra publicar mesmo!

    Aqui, queria ver mais projetos de pesquisa caprichados seus, aquele do Indy e o Little boy of the Indianapolis foi fantástico.

    Abraço forte
    Jaime

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  8. Obrigadíssimo pelas palavras de incentivo, Jaime!!! :-)))

    Tenho outra história do Dr. Jones, que dá continuidade ao livro "Indiana Jones e o Mistério dos Sete Véus", de Rob MacGregor, publicado aqui pela Editora Salamandra, e com a ação ambientada toda no Brasil. Pretendo publicá-la no Multiply daqui a algum tempo.

    Mas como eu disse no post anterior, às vezes esmoreço ao perceber que posts caprichados, com uma longa pesquisa e feitos com carinho são geralmente ignorados e deixados sem comentários, enquanto bobagens homéricas recebem uma atenção desmedida e dezenas de comentários. Quer dizer, aqui no Multiply também existe a valorização da mediocridade em detrimento da qualidade. E isso derruba a gente que tenta fazer um trabalho bacana e compartilhar informação e trocar idéias relevantes.

    A sua participação e a dos amigos aqui, além de palavras de incentivo como essas fazem TODA A DIFERENÇA!!!! Vamos ver se as coisas melhoram. Eu pelo menos vou continuar fazendo a minha parte pra isso. ;-)

    Grande abraço e apareça sempre!
    Oz

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  9. Oz,
    não sei mais viver sem celular,mas tomo muito cuidado qd vou a lugares que não combinam com celular ligado.As pessoa deveriam primeiro ligar o disconfiômetro e tomar simancol,assim não haveria esse irritante problema.
    Beijos,
    Rosani

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