quarta-feira, 24 de agosto de 2005

VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA


Poema de Manuel Bandeira


"Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro bravo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito a beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água.
Pra me contar histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóides à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
Lá sou amigo do rei
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada."


 

NOBODY HOME (Pink Floyd)


Description:
Música e letra de Roger Waters.

Do álbum THE WALL (1979), o 11o. do Pink Floyd.


Ingredients:
I got a little black book with my poems in
Got a bag, with toothbrush and comb
When I’m a good dog they sometimes throw me a bone

I got elastic bands keeping my shoes on
Got those swollen hands blues
Got thirteen channels of shit on the TV to choose from

I got electric light
And I got second sight
Got amazing powers of observation
(and that is how I know)

When I try to get through
On the telephone to you
There’ll be nobody home

I got the obligatory hendrix perm
And the inevitable pinhole burns
All down the front of my favorite satin shirt

I got nicotine stains on my fingers
I got a silver spoon on a chain
Got a grand piano to prop up my mortal remains

I’ve got wild, staring eyes
And I got a strong urge to fly
But I got nowhere to fly to
(fly to... fly to... fly to... fly to...)

Ooooo babe!
When I pick up the phone
There’s still nobody home

I got a pair of gohills boots
I got fading roots


Directions:
Outra diretamente do fundo do poço... praticamente uma ode à solidão... com Richard Wright num dos arranjos de piano mais lindos jamais ouvidos num álbum de rock.

ONE OF MY TURNS (Pink Floyd)


Description:
Música e letra de Roger Waters.

Do álbum THE WALL (1979), o 11o. do Pink Floyd.


Ingredients:
Day after day, love turns gray
Like the skin of a dying man.
And night after night, we pretend its all right
But I have grown older
And you have grown colder
And nothing is very much fun any more.
And I can feel one of my turns coming on.
I feel cold as a razor blade,
Tight as a tourniquet,
Dry as a funeral drum.

Run to the bedroom,
In the suitcase on the left
You'll find my favorite axe.
Don't look so frightened
This is just a passing phase,
One of my bad days.
Would you like to watch TV?
Or get between the sheets?
Or contemplate the silent freeway?
Would you like something to eat?
Would you like to learn to fly?
Would'ya?
Would you like to see me try?

AAAH, no!

Would you like to call the cops?
Do you think it's time I stopped?
Why are you running away?


Directions:
Paranóia, esquizofenia, depressão, solidão... a trilha perfeita para quando tudo isso bater à porta.

quarta-feira, 17 de agosto de 2005

CHOWBASO JABBA'S PALACE!




(tradução do huttese: BEM-VINDO AO PALÁCIO DO JABBA!)


Como já disse no álbum de fotos da Cantina de Mos Eisley, sou fã de "Star Wars" desde o tempo em que se chamava "Guerra nas Estrelas", mais precisamente desde janeiro de 1978, quando o filme estreou no Brasil. E sempre gostei de montar dioramas, cenários, maquetes, desde criança. Juntar esses dois prazeres foi fácil, depois que comecei a colecionar os "action figures" da saga (mais conhecido como "bonequinhos" pelos leigos).

No início de 1999 a Kenner/Hasbro (a empresa que fabrica as miniaturas oficiais de "Star Wars" nos EUA) lançou dioramas em papelão para os colecionadores montarem dois dos cenários favoritos da trilogia clássica com suas miniaturas: a Cantina de Mos Eisley e este Palácio do Jabba the hutt (fotos 1 e 2). Ter apenas os bonecos enfileirados numa estante sempre me pareceu uma coisa meio boba. O que me interessava era montar cenas dos filmes, reproduzir na minha casa alguns dos momentos mais empolgantes dos filmes que mais amo - e anarquizá-las. Com a ajuda da Hasbro, montei meu primeiro diorama de "Guerra nas Estrelas" (foto 3), meio pobrinho ainda, com poucas figuras e bem fiel ao filme onde ele aparece, "O Retorno de Jedi". Ficou exposto na estante da sala da minha casa durante um bom tempo, ao lado do diorama de papelão da Cantina de Mos Eisley. Com o tempo fui reorganizando a estante, aumentando o cenário, acrescentando mais personagens e - principalmente! - botando a imaginação para funcionar, muito além dos filmes.

Finalmente agora consegui uma grande prateleira exclusiva para o diorama do Palácio e pude deixar a anarquia e a irreverência rolar solta num dos lugares mais temidos do planeta Tatooine. Com o mesmo espírito infame e bem-humorado que mantenho no diorama da Cantina, acrescentei outros personagens ao cenário: Alien como o novo "bicho de estimação" do tratador Malakili (depois da morte do Rancor); o Predador se confraternizando com seus colegas caçadores de recompensas (ou bounty hunters); o sapo dançarino dos desenhos da Warner numa participação especial do show da Max Rebo Band e Sy Snoottles; Obelix curtindo o show; o pobre javali Pumba de "O Rei Leão" com a cabeça empalhada como prêmio de caça, ao lado do Han Solo congelado em carbonita; um cartaz de "procura-se" de George Lucas "por ter traído à saga com a nova trilogia"; um jawa matando a sede num bebedouro, já que o calor de Tatooine é de lascar... etc.

Meus objetivos na montagem desses dioramas são os seguintes: primeiro, reproduzir o mais fielmente possível os cenários, as cenas e as posições dos personagens nos filmes; segundo, anexar e adaptar outros personagens e elementos que não tenham a ver com a saga de George Lucas mas que tenham lógica e coerência em estar presentes nas maquetes; terceiro, criar cenas e situações bem-humoradas, como se fossem pequenos cartuns, sátiras exclusivas em 3-D, inclusive com objetos que produzam uma sensação de nonsense em quem observa.

E sétimo: voltar a ter 6 anos de idade. :-))

DIVIRTAM-SE! E não deixem de (re)visitar o álbum da Cantina de Mos Eisley, com novas fotos, novos personagens, cenas e elementos humorísticos!

Fotos tiradas with a little help from my friend Nei Lima! Valeu pela Força, Nei!

TWOOS PA REETA BAH FLOOTAH!
("Que seus fluidos se mantenham sempre frescos", tradicional saudação hutt) :-P

segunda-feira, 15 de agosto de 2005

COMING SOON TO A PLANET NEAR YOU


O novo Palácio de Jabba, o hutt!


Agora aberto a todos os visitantes da galáxia, totalmente reformado e com novo acabamento! Muito mais área livre!


Palco para shows de bandas consagradas como The Max Rebo Band, Figrin D'an and the Modal Nodes, entre outras!


Camarote exclusivo com mesas de tampo de mármore!


Galeria de arte pessoal de Jabba Desilijic Tiure!


Bebida e comida de primeira qualidade!


Quando passar por Tatooine, não deixe de visitar!


O novo Palácio de Jabba, o hutt!


Breve num álbum de fotos d"A VALISE DE CRONÓPIO"!

sexta-feira, 5 de agosto de 2005

INDIANA JONES AND THE LITTLE BOY OF THE INDIANAPOLIS -4


 


PARTE 4 (de 4)


 


Ainda disfarçado de ator de Teatro No, Indiana Jones se informa com soldados de guarda de Hiroshima sobre a localização do templo budista abandonado. Às 4 da manhã, ele encontra o templo. Entra e começa a procurar a mais antiga das espadas Masamune, seguindo as indicações da carta do Capitão Fallsworth. Desce até o porão e continua a busca. Indy não percebe o movimento na nave do templo. Após atravessar um corredor secreto descendente, escondido nas pedras da parede, Indiana acha uma pesada arca de metal numa câmara escura. Dentro, enrolado num embrulho de couro, está a tão procurada katana, a espada Masamune.


 


São 4:55; o bombardeiro “Enola Gay” sobrevoa a ilha de Iwo Jima e mantém uma formação em “V” com os outros B-29; seguem para a ilha japonesa de Shikoku; o Coronel Tibbets – o comandante da missão – chama todo o pessoal pelo interfone e avisa que doravante, todos os homens devem manter-se em suas posições. E que, ao atingirem a costa do Japão, toda a conversa pelo interfone será gravada. “Isto é para entrar na História. Portanto, cuidado com a linguagem. Estamos transportando a primeira bomba atômica”.


 


De repente, Indy é surpreendido por dois ninjas, às suas costas. São descendentes de antigos samurais da Dinastia Kamakura, guardiões da espada. Indy reage ao ataque empunhando a espada, que segundo a tradição, só pode ser empunhada por alguém íntegro. A lenda diz também que a arma é uma fonte de poder. A luta entre eles é feroz, com os ninjas gritando que “um ianque não pode invadir um templo Japonês, roubar seus tesouros e ainda escapar com vida”. Indy volta pelo túnel e consegue provocar um deslizamento, encerrando os ninjas na câmara da arca. Pensando que está a salvo, Indiana baixa a guarda e caminha em direção à escada que leva à nave. De repente, é ferido no braço por outro ninja escondido no porão. A luta continua até que Indy se esconde nas sombras de um pequeno nicho na parede e o ninja desfere o que acredita ser um golpe mortal. Nosso herói finge gemer de dor e o ninja se afasta, dando-lhe as costas. Jones sai de fininho. O ninja percebe o movimento e corre até a escada, atrás do inimigo. Indiana dá-lhe um chute na cara que o deixa desacordado.


 


São 7:09; um sinal de alerta antiaéreo começa a soar na cidade. Indy se assusta e corre em direção à porta do templo. Ao passar, a espada de um quarto ninja passa de raspão pelas costas de Indiana, que, ao invés de se virar e lutar, continua correndo. Ele olha para o céu e avista um avião, um bombardeiro americano, sobrevoando os céus de Hiroshima. Sente que há algo errado e corre para o porto (Indy não sabe mas esse é o “Straight Flush”, um avião meteorológico).


 


No cais, o ninja – que o tinha perseguido – o encurrala num pier. Indiana deixa cair a katana ancestral e, aparentemente, está indefeso. O ninja se prepara para desferir o golpe final quando Indy se lembra do seu revólver (e que aquela situação não lhe é estranha). Indy saca a arma e atira no inimigo em pleno ar, que cai morto a seus pés, sobre o pacote da espada. Jones empurra o corpo, pega o embrulho e, antes que comecem a surgir curiosos, pula dentro de um barco pesqueiro que se prepara para zarpar.


 


São 7:25; o “Straight Flush” transmite uma mensagem ao “Enola Gay”: “Conselho: bombardear alvo primário”. No bombardeiro, o Coronel Tibbets se vira para o navegador e diz: “É Hiroshima”. O “Straight Flush” dá meia volta e ruma para o mar.


 


O barco pesqueiro parte para alto-mar antes que as autoridades descubram o corpo do ninja no pier. Dentro de um barco salva-vidas, Indiana sente as dores do ferimento da lâmina, mas tenta não chamar a atenção.


 


São 8:09; a tripulação do “Enola Gay” avista Hiroshima; Tibbets avisa pelo interfone: “Vamos iniciar a corrida para o bombardeio. Quando ouvirem o sinal da cigarra, coloquem os óculos de proteção até que o clarão passe”. Acomodando-se sob a lona, ao lado do valioso embrulho, Indy suspira com o “quase” fim da aventura.


 


São 8:14; o “Enola Gay” alcança 9530 metros de altura; o ponto-alvo se ajusta ao cruzamento dos retículos do visor de bombardeio; o Major Tom Ferebee diz “peguei-o!” e aciona a sincronização automática. Um tripulante do barco pesqueiro se aproxima do salva-vidas de Indy e percebe algo estranho.


 


8:15; Ferebee liga o sinal de cigarra do rádio; faltam quinze segundos para a bomba ser lançada. O tripulante puxa a lona do escaler. No avião, abre-se o compartimento de bombas; o “Enola Gay” dá uma guinada para cima e solta a bomba; as cabeças de todos a bordo são violentamente sacudidas; o avião sobe, faz uma curva apertada e se afasta. Indiana leva um susto e salta de seu esconderijo. O tripulante do pesqueiro chama os companheiros e começa a gritar com Indy.


 


Antes que o relógio marque 8:16, antes que alguém possa explicar alguma coisa, um clarão luminoso surge na direção da cidade de Hiroshima, e um gigantesco cogumelo surge nos céus diante de Indiana Jones e da tripulação emudecida. Uma onda de choque sacode o barco na água. Indy e os tripulantes se entreolham, numa cumplicidade estarrecida. A bordo do “Enola Gay”, o Capitão Robert A. Lewis, co-piloto de Tibbets, boquiaberto exclama: “Meu Deus! O que fizemos?”


 


 


EPÍLOGO


 


Indiana Jones sai do Museu de Arqueologia de Nova Iorque e, na escadaria, se despede do amigo Marcus Brody, após ter entregue a espada Masamune. Indy caminha cabisbaixo pelas ruas. Num sinal de trânsito, esbarra em alguém sem querer: é Quint, o marinheiro do U.S.S. Indianapolis. Quint convida Indy para um drink.


 


No bar, Quint conta como viu Robinson morrer devorado pelos tubarões e como escapou após vários dias à deriva. Comentam o horror da explosão atômica e Indy conta que ele estava lá. Quint fica assombrado e comenta como o mundo está se tornando perigoso e complicado. Indy diz que está precisando mesmo de um pouco de paz, após tantas aventuras e tantos riscos. Quint concorda e diz que vai comprar um barco e passar o resto da vida pescando numa pequena ilha perto dali, na costa de Long Island: Amity.


 


 


FIM* * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * * *



 


 


NOTAS: Alguns fatos desta história - como o teste da primeira bomba atômica no Novo México, o destino do U.S.S. Indianapolis, os horários da missão do “Enola Gay” e os diálogos entre seus tripulantes - são absolutamente reais, e foram colhidos após pesquisa em livros de História e na internet.


 


Quint e Martin Brody (colocado aqui como o neto de Marcus Brody) são personagens de "Tubarão", livro de Peter Benchley, e filme de Steven Spielberg com roteiro de Benchley e Carl Gottlieb.


 


Oswaldo Lopes Jr.


Março de 1995.


 

quinta-feira, 4 de agosto de 2005

INDIANA JONES AND THE LITTLE BOY OF THE INDIANAPOLIS -3


 


PARTE 3 (DE 4)


 


Algumas horas após o naufrágio, os tubarões começam a aparecer e a atacar a tripulação. Os marinheiros se juntam em pequenos grupos, tentando afugentar os tubarões com chutes. Indiana, Quint, Robinson e Mortimer ainda estão vivos, mas o último está ferido. Quando Indy e Mortimer tem que disputar uma bóia salva-vidas, eles brigam de novo e Mortimer acaba confessando que realmente matou Fallsworth e tentou sabotar a missão, vendendo segredos aos japoneses, que lhe pagaram muito alto para isso. Jones se vê cercado por três tubarões tigre e o traidor ri dele, à salvo na bóia. Quint, Robinson e Indy vêem, com horror, quando os três tubarões se lançam sobre a bóia e retalham Mortimer.


 


Na manhã seguinte, quando Indy acorda, descobre que está sozinho, a maré o afastou de seus companheiros. À deriva, ele vê duas barbatanas se aproximando. De repente, sente algo muito grande por baixo dele. Um periscópio se ergue à sua frente e ele o abraça: é um submarino japonês, o mesmo que torpedeou o U.S.S. Indianapolis.


 


A tripulação o captura e Indiana é levado como prisioneiro de guerra até Tóquio, onde é interrogado violentamente e encarcerado. Durante uma transferência de presos, soa o alarme antiaéreo, criando pânico e, na confusão, Indy escapa.


 


Um típico caucasiano perdido no Japão, Indiana tem que chegar na cidade do mapa de Fallsworth sem levantar suspeitas, principalmente por sua aparência. Ele se esquiva por estradas, dorme em cavernas ou no meio do mato, rouba comida ou come frutas, sempre com medo de ser descoberto.


 


Na segunda semana, encontra um grupo de atores de teatro No e, após roubar roupas de cena e uma máscara típica, se infiltra entre eles. Em bom japonês, Indy alega que seu rosto está deformado por queimaduras e por isso prefere não tirar a máscara. O grupo está excursionando pelo sul do Japão, até a ilha de Kyushu, e passarão pela cidade onde está a espada Masamune no início de agosto. Nosso herói decide acompanhá-los até seu objetivo. A partir de então ele passa a compartilhar os problemas e alegrias do grupo e, lembrando-se do tempo em que trabalhou na Companhia de Balé Russo de Sergei Diaguilev, passa a representar como os atores. Após três semanas, o grupo de teatro finalmente chega à cidade do mapa de Fallsworth de madrugada e Indiana Jones se despede de seus novos amigos.


 


O dia: 6 de agosto; a hora: 2:45 da manhã; a cidade: Hiroshima.


 


Na base americana da Ilha Tinian, o bombardeiro “Enola Gay” levanta vôo, seguido por dois outros B-29 – um para medir a rajada e a radiação, o outro para tirar fotografias.


 


 

quarta-feira, 3 de agosto de 2005

INDIANA JONES AND THE LITTLE BOY OF THE INDIANAPOLIS -2



 


PARTE 2 (DE 4)


 


Durante a viagem, Indiana faz amizade com dois tripulantes, o jovem marinheiro Quint e o chefe de máquinas Albee Robinson. O clima é bastante tenso, com dois agentes especiais do governo andando pra lá e pra cá. Alguns oficiais ficam incomodados com a presença de um civil a bordo, em especial o sub-oficial John Mortimer, que passa a implicar com Jones.


 


Uma noite, um personagem misterioso entra na sala de rádio sem ser visto e tenta fazer contato com uma base japonesa. Indy, Quint e Robinson conversam no convés e, ao se aproximarem da sala de rádio, acabam afugentando o espião, antes que ele faça contato com o inimigo. Indy percebe algo estranho, mas deixa pra lá. No dia seguinte ele comenta com o almirante a sua desconfiança sobre um espião a bordo.


 


Alguns dias depois, sem mais problemas, o navio chega a Ilha Tinian. Indiana quer desembarcar logo mas é retido pelos militares, para algumas perguntas. Quando é liberado, ele vai procurar o Capitão Fallsworth e o encontra morto, e sua casa toda revirada. Indy vai até a base, denunciar o crime e encontra o Cabo Simpson, da Inteligência Militar e amigo de Fallsworth, que lhe entrega um envelope do Capitão. Dentro, há uma carta e um mapa de uma cidade japonesa, com indicações sobre a localização da ancestral espada Masamune, sob um antigo templo budista abandonado. Conversando com Indy, Simpson diz que viu um homem com as características do sub-oficial Mortimer passando perto da casa de Fallsworth, naquela manhã.


 


De volta a base, Indiana tenta conseguir transporte até o Japão. Acaba discutindo com Mortimer, e o acusa de ter matado seu amigo. Este se enfurece e os dois partem para a briga. Indy é detido. Na cadeia, ouve comentários sobre o estranho comportamento do sub-oficial e sobre um navio-espião que partirá para o Japão naquela noite. Ele consegue fugir, vai até o cais e pula dentro do único navio com os motores ligados.


 


No dia seguinte, descobre que embarcou no navio errado: este é o U.S.S. Indianapolis, voltando para São Francisco. Encontra Quint e Robinson, que o escondem dentro de um escaler e lhe dão comida. Ao entardecer, Mortimer vai se aproximando do esconderijo de Indiana. De repente, por baixo da lona do escaler, Indy vê o rastro de dois torpedos vindo na direção do navio. O Indianapolis explode e afunda.


 


INDIANA JONES AND THE LITTLE BOY OF THE INDIANAPOLIS -1


INTRODUÇÃO


 


Há dez anos atrás, logo após a morte do meu pai, escrevi – como num surto criativo – duas histórias com o personagem Indiana Jones, criado por George Lucas e Philip Kaufman para o filme “Os Caçadores da Arca Perdida”, e mais tarde para outros dois filmes (todos dirigidos por Steven Spielberg) e uma série de televisão. Estas duas histórias ilustram muito bem o estilo de narrativa que mais me fascina: o romance histórico, as histórias que mesclam tão bem realidade com ficção a ponto do leitor não conseguir distinguir onde termina uma e começa a outra.


 


A idéia inicial era fazer duas minisséries em quadrinhos, porém a editora norte-americana Dark Horse Comics que detinha os direitos de publicação do material da LucasFilm cancelou a revista de Indiana Jones antes que eu tivesse a chance de mandar meu material a eles. De qualquer forma, o mercado norte-americano de HQs é extremamente fechado, especialmente quanto aos roteiristas. Existem dezenas de ótimos artistas brasileiros desenhando na Marvel, DC Comics e editoras independentes, porém os escritores em geral são “barrados no baile”. Ao longo destes anos usei ambas as histórias em sala de aula, em oficinas e cursos, justamente para trabalhar os limites entre a realidade e a ficção na literatura e no cinema.


 


“INDIANA JONES AND THE LITTLE BOY OF THE INDIANAPOLIS” (cujo título mantive em inglês por razões que se tornam óbvias ao longo da leitura) foi a segunda a ser escrita e é a que considero mais bem acabada. É contada em quatro partes e não tem exatamente um formato narrativo literário, já que a imaginei como roteiro de história em quadrinhos. Para fazê-la, levei alguns meses debruçado sobre enciclopédias e livros e pesquisando na internet. Grande parte da história é com “H” maiúsculo, real, aconteceu de verdade. Outra, naturalmente é ficção, e tem como protagonista o arqueólogo aventureiro de Lucas e Spielberg. Arrematei a receita com duas pitadas do meu filme do coração, “Tubarão”, também de Spielberg – melhor dizendo, com a participação especial de dois personagens importantes do filme, em outro contexto. E o tema central da história é um dos fatos históricos mais importantes e mais devastadores do século 20, e que está sendo lembrado em todo o mundo esta semana por completar 60 anos. E que me emociona muito.


 


Bem, espero que vocês gostem.


 


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INDIANA JONES AND THE LITTLE BOY OF THE INDIANAPOLIS 


PARTE 1 (DE 4)


 


16 de Julho de 1945, 5:29 da manhã. Numa grande área deserta ao sul do Novo México, a 80 kms. da cidade de Alamogordo, alguns oficiais do exército e cientistas estão reunidos para uma experiência. Entrincheirados num abrigo, a 10 kms de uma torre isolada no meio da grande área, eles acompanham uma contagem regressiva. Entre eles, o General Leslie Groves e o Dr. Robert Oppenheimer conversam apreensivamente, sem tirar os olhos das pequenas janelas direcionadas para a torre distante. Quando a contagem chega a zero, um intenso clarão brilha em seus óculos de proteção e ilumina seus rostos assombrados. Oppenheimer cumprimenta o General efusivamente, que diz: “Conseguimos!”. Oppenheimer, murmura soturno, para si mesmo: “Eu me tornei a Morte, o destruidor de mundos”.


 


Junho de 1945. Um mês antes. Ao fim de uma aula no Barnett College, o Professor Henry Jones Jr. termina a mesma frase: “‘...o destruidor  de mundos’. É uma antiga citação hindu, o Bhagavad-gita, para encerrar a aula de hoje”. Finda a aula, ele recebe uma carta do Capitão Fallsworth - seu amigo de serviço na Ilha Tinian, no Pacífico - contando que encontrou uma das mais antigas espadas Masamune, da Dinastia Kamakura, que o arqueólogo procura há anos. Entusiasmado com a descoberta, Jones fica até mais tarde na biblioteca da faculdade pesquisando sobre o Japão Antigo, desde a Dinastia Kamakura até o tradicional Teatro No. De repente, percebe que não está sozinho e é atacado por um ninja. Indy se esconde dele pelas salas e corredores escuros da escola. Escapa mais por intuição do que por destreza. O ninja ordena que ele desista da descoberta e desaparece.


 


No dia seguinte, Indiana pede uma licença a Marcus Brody, diretor da universidade e seu amigo, para viajar. No escritório dele, Indy é “atacado” por Martin, um garoto de cinco anos, neto de Marcus. Martin o ameaça com um revólver de brinquedo e Brody avisa a Jones para tomar cuidado, pois o garoto só pensa em ser policial. Indy convida o jovem Martin para viajar com ele, mas o avô avisa que o menino morre de medo do mar.


 


Jones voa para São Francisco. Sem perceber, é seguido de perto por um tipo misterioso. No cais de São Francisco não há nenhum navio para as Ilhas Marianas, exceto um cruzador da marinha, o U.S.S. Indianapolis. Descobre que há uma operação militar altamente sigilosa envolvendo o navio, e ninguém deixa que ele se aproxime - quanto mais embarque nele. Por acaso encontra o Major Eaton e, em nome de seus bons serviços prestados à pátria - entre eles a descoberta da Arca da Aliança para os americanos, nove anos antes -, pede a ele que intervenha. A princípio relutante, o Major Eaton acaba conseguindo uma autorização para que Indiana Jones embarque no navio, desde que ele não se intrometa com a missão e nem faça perguntas.


 


À noite, pouco antes de embarcar, Indy sofre uma perseguição de carro e quase é jogado da Ponte Golden Gate. Enquanto isso, uma carga secreta e sinistra - “Little Boy”, a bomba atômica destinada a Hiroshima - é levada a bordo do U.S.S. Indianapolis. Na última hora, Indy embarca. O navio parte rumo à Ilha Tinian, no Arquipélago das Marianas, no Pacífico.


 


terça-feira, 2 de agosto de 2005

NEVER SAY NEVER AGAIN, MR. BOND...


SEAN CONNERY DIZ QUE DESISTIU DE ATUAR

O ator escocês Sean Connery disse que não quer mais atuar em filmes porque está "cheio dos idiotas" que trabalham atualmente em Hollywood. O astro de James Bond disse que vai precisar de "uma oferta do tipo da Máfia, que não possa recusar", para aparecer em filmes. "Eu estou cheio desses idiotas... do crescente abismo entre as pessoas que sabem como fazer filmes e as pessoas que dão luz verde para os filmes", disse Connery. "Eu não digo que eles são todos idiotas. Digo apenas que há muitos que são muito bons nisso."


Connery afirmou que rejeitou o papel do mago Gandalf na trilogia "O Senhor dos Anéis", do diretor Peter Jackson, porque "nunca o entendi". O papel acabou nas mãos de Ian McKellen.


"Ele não tem mais planos para fazer filmes", disse a porta-voz do ator, que tem 74 anos de idade. "Mas ele fez um filme famoso chamado 'Never Say Never Again' (que no Brasil foi traduzido como ' 007 - Nunca Mais Outra Vez', mas que numa tradução literal significa ‘nunca diga nunca de novo’)".


Connery disse ao jornal New Zealand Herald que abandonou um projeto lucrativo de escrever uma autobiografia no começo do ano porque achou que a editora queria ir muito fundo em sua vida privada. "Eu percebi que iria passar a melhor parte da minha vida e, provavelmente, o resto da minha vida, tentando corrigir essas imprecisões e não quero me amolar com isso", afirmou.


O último filme de Connery foi "The League of Extraordinary Gentleman", em 2003.


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Agradeço a notícia ao meu amigo Ricardo Melo, e com isso temo que papai Jones não esteja presente em "Indiana Jones IV" no ano que vem. Mantendo o bom humor e rejeitando qualquer maltrato a animais, reforço a sugestão do amigo João Solimeo. Como ele lembrou, George Lucas e Steven Spielberg - respectivamente criador/produtor e diretor da série cinematográfica - são muito amigos de Francis Ford Coppola, "el cappo dei tutti cappi", autor da trilogia "O Poderoso Chefão"... será que para convencer Mr. Bond a atuar na derradeira aventura de Indiana Jones eles vão mandar colocar uma cabeça de cavalo na cama de Connery?

segunda-feira, 1 de agosto de 2005

JEDICON 2005 IN RIO


 


ATENÇÃO TODAS AS CRIATURAS DA GALÁXIA: VEM AÍ A JEDICON 2005 IN RIO!

No dia 6 de agosto de 2005, das 10h00 às 19h00, o Centro Cultural do Colégio Marista São José será o novo palco dessa festa, com atrações que incluem a exibição de novos fanfilms legendados de Star Wars e diversas palestras, com os críticos de cinema Eduardo Miranda e André Gordirro, o roteirista Oswaldo Lopes Jr. (este que vos convida), o editor da revista "Star Wars" da Ediouro, Rodrigo Fonseca, entre outros.

Os destaques da programação ficam por conta da participação dos dubladores do filme Episódio III: A Vingança dos Sith e do desenho animado Clone Wars, e de um show com a banda Imperial Rebellion, tocando os temas de Star Wars. Também não faltarão nossas atrações tradicionais, como o Concurso de Fantasias e o Jedi Arena (combate com sabres de luz), além de muitos sorteios ao longo do dia. E do lado de fora do palco, teremos oficinas de ilustração, HQ, desenho livre, mangá e diversos estandes de lojas de produtos colecionáveis e fã-clubes!

Você não vai querer ficar de fora, né?


O QUE É? A JediCon 2005, a convenção anual de fãs de Star Wars!


QUANDO É? Neste sábado, dia 6 de agosto de 2005, das 10h00 às 19h00.


ONDE É? No Centro Cultural do Colégio Marista São JoséRua Conde de Bonfim, 1067 - Tijuca. Pra quem não tem espaçonave ou landspeeder, basta pegar o metrô, comprar o bilhete EXPRESSO, saltar na Estação Saens Peña e seguir para a Usina.


QUANTO É? Os ingressos custarão apenas R$ 10,00 (com meia entrada para os membros do Conselho Rio com carteirinha), e serão vendidos na bilheteria do evento.


A GENTE SE ENCONTRA LÁ!!!