Rating: | ★★★ |
Category: | Movies |
Genre: | Horror |
Direção:
Freddie FrancisRoteiro:
Milton Subotsky, baseado nas histórias em quadrinhos das revistas “Tales From The Crypt” e “The Vault of Horror”, de Bill Gaines, Al Feldstein e Johnny CraigProdução:
Milton Subotsky, Max Rosenberg, Charles W. Fries / Amicus ProductionsFotografia:
Norman WarwickMontagem:
Teddy DarvasMúsica:
Douglas GamleyDireção de Arte:
Tony CurtisElenco: (história de moldura)
Sir Ralph Richardson, Geoffrey Bayldon (episódio "ALL THROUGH THE HOUSE")
Joan Collins, Chloe Franks, Martin Boddey, Oliver MacGreevy (episódio “REFLECTION OF DEATH”)
Ian Hendry, Angela Grant, Susan Denny, Paul Clere, Sharon Clere, Frank Forsyth (episódio “POETIC JUSTICE”)
Peter Cushing, Robin Phillips, David Markham, Edward Evans, Robert Hutton (episódio “WISH YOU WERE HERE”)
Richard Greene, Barbara Murray, Roy Dotrice, Hedger Wallace, Peter Thomas (episódio “BLIND ALLEYS”)
Nigel Patrick, Patrick Magee, Tony Wall, Harry Locke, George Herbert, Carl Bernard, Ernest C. Jennings, John Barrard* * * * * * * * * * *
Guardião da cripta: “E agora... quem é o próximo?” (se vira para a câmera)
“talvez... VOCÊ?”* * * * * * * * * * *
Sem trocadilhos,
Peter Cushing é um dos maiores monstros sagrados do cinema de horror. Ao lado de Christopher Lee, Vincent Price, Boris Karloff, Lon Chaney Jr., Bela Lugosi e Peter Lorre, ele é um daqueles nomes que quando alguém ouve, imediatamente associa ao gênero. Começou sua carreira fazendo Shakespeare no teatro inglês e no cinema, mas foi no laboratório do Dr. Frankenstein e carregando sua valise preta, crucifixo e estaca de madeira de Dr. Van Helsing que Cushing se tornou mais conhecido do público. Além da Hammer Films, ele também trabalhou em vários filmes da Amicus Productions, tanto em papéis de vítima como de monstro. Aqui em
“Contos do Além” ele é os dois.
Buscando novas fontes para seus filmes de terror em episódios, os produtores Milton Subotsky e Max Rosenberg, acabaram encontrando os macabros gibis de terror da Editora EC Comics, de William Gaines, banidos pelo macarthismo puritano e cultuados por várias gerações de adolescentes. A fórmula das histórias de Gaines era simples: criaturas monstruosas e situações grotescas serviam como pano de fundo da velha moral do crime e castigo. Uma sutil variação do batido “o bem sempre triunfa sobre o mal”, os gibis criados por Bill Gaines, Al Feldstein, Jack Davis, Johnny Craig e tantos outros artistas brilhantes ensinavam que “quem comete um crime, um erro, um adultério, uma traição ou algo que o valha deve ser exemplarmente punido. De preferência da forma mais cruel e assustadora possível”. E as histórias das revistas “Tales From the Crypt”, “The Vault of Horror” e “Haunt of Fear” fizeram os olhos dos produtores da Amicus brilhar.
Durante uma visita guiada por um mosteiro em ruínas, cinco pessoas se vêem encurraladas numa câmara mortuária. Surge então misteriosamente um monge, guardião da cripta (Sir Ralph Richardson), e mostra a eles o que poderá ser o futuro próximo de cada um ali presente. Em
"All Through the House" uma mulher (Joan Collins) mata o marido na véspera de Natal, enquanto um assassino louco vestido de Papai Noel está à solta nas redondezas e a filhinha do casal espera ansiosamente pela chegada do bom velhinho. Em
“Reflection of Death” um homem (Ian Hendry) abandona a família para ficar com a amante, mas os dois sofrem um grave acidente na estrada e as conseqüências podem ser mais macabras do que um pesadelo ao volante. Em
“Poetic Justice” um perverso jovem (Robin Phillips) faz todos os vizinhos se voltarem contra um pobre e bondoso velhinho (Peter Cushing) apenas para conseguir a propriedade dele. Angustiado, este se mata, porém o destino reserva algo muito pior para o jovem conspirador. Em
“Wish You Were Here” um milionário falido (Richard Greene) e sua esposa invocam os três desejos dados por uma estatueta oriental, mas assim como no conto “A Pata do Macaco” (citado na história), os desejos podem tanto trazer a vida eterna como a danação eterna. E em
“Blind Alleys” o administrador de um lar para cegos (Nigel Patrick) recebe o troco pelos tratamentos cruéis que dá a seus asilados (liderados por Patrick Magee) de uma forma totalmente inusitada, calculada e sanguinolenta.
Desta vez o compositor Douglas Gamley escolheu a célebre Tocata e Fuga em Ré Menor de Johan Sebastian Bach para abrir o filme e dar o clima dos contos. Como na grande maioria dos filmes da Amicus, no final o narrador – neste caso o guardião da cripta – se volta para o público e o convida a entrar no pesadelo dos personagens.
E assim eu também termino este pequeno passeio de três filmes pelos labirintos de episódios de horror da “prima pobre” da Hammer Films, a competente e talentosa Amicus Productions. Como diz o livro que conta a história da produtora, “Amicus, the Studio That Dripped Blood”.