quarta-feira, 4 de julho de 2007

O CARA E A FAROFA DO TROPEÇO

O cara, sua namorada Clarice, a amiga deles Izabel, a amiga dela Maria e o namorado desta – devidamente apelidado de "Tropeço", pela semelhança física e mental com o mordomo da família Addams – alugaram um apartamento em Arraial do Cabo, região dos lagos do Estado do Rio, para aproveitar um feriadão. Mal chegaram e já estavam loucos para correr para a praia, em frente ao prédio. Porém a fome coletiva também clamava por atenção. Izabel e o cara logo se apresentaram como voluntários para preparar o almoço da turma. Sem que ninguém esperasse, o lerdo Tropeço disse que se encarregaria da farofa, pois tinha uma receita sensacional de família. A turma em silêncio ouviu ele garantir que todos iriam adorar sua farofa especial. Uma pequena atmosfera de medo passou por ali como vento encanado.

O cara se dedicou a fazer seu tão falado bolo de carne com cebola e bacon enquanto Izabel preparava um panelão de arroz. Clarice desfazia as malas e Maria foi num mercadinho próximo comprar uns refrigerantes e cerveja. Tropeço se ofereceu para ir com ela, e logo ouviu "mas você não disse que ia preparar a farofa?" Angustiado com o dilema, o desajeitado namorado de Maria pegou uma frigideira, a farinha e foi se instalar diante do fogão.

Enquanto misturava a carne moída com o creme de cebola de pacote, o cara olhava de rabo de olho para o fogão e logo notou que a "fantástica receita de família" de farofa do Tropeço não passava de farinha e sal, levemente esquentados em fogo baixo. Ele e Izabel se entreolharam com espanto. Tropeço ficava lá com seu olhar vazio mexendo com a colher na frigideira e nada de acrescentar mais nenhum ingrediente. Izabel olhava preocupada para o cara e ambos estampavam a expressão "o que diabos esse cara está fazendo?" na testa.

Clarice entrou na cozinha para preparar uma salada, viu os fatos e rapidamente pensou que a areia da praia talvez fosse mais saborosa que a pseudo-farofa de Tropeço. O esquisitão continuava a mexer, mexer, mexer com a colher na frigideira cheia de farinha, sal e mais nada, sem proferir uma só palavra sequer, ignorando todos à sua volta, como se estivesse sozinho no planeta – e provavelmente estava mesmo, só, no planeta dele. De repente Tropeço desligou o fogo, deu mais umas mexidas e disse "está pronto", e saiu porta afora atrás de Maria.

O cara, Clarice e Izabel se entreolharam por três segundos e meio antes de agir. Com a rapidez de um videoclipe, Izabel cortou mais cebola, Clarice pegou dois ovos que tinham acabado de por na geladeira e o cara esquartejou rapidamente duas fatias de bacon. Antes que o estranho casal retornasse com os líquidos, todos os ingredientes extras já estavam devidamente misturados à farinha morna de Tropeço.

Sentados à mesa, Maria elogiava a farofa crocante e saborosa do namorado, se dizendo sinceramente surpresa, já que ele só sabia fazer farinha morna e salgada. Intrigado, Tropeço não conseguia entender como aquela receita ficou tão diferente da sua tradicional receita familiar. E o resto da turma se concentrava em não rir da situação, pois do contrário seria uma nuvem de farofa só sobre a mesa do almoço.

 

10 comentários:

  1. Valeu, Cesar!!!!

    Fai um fouco de farofa aí? Fegue um falito e firva-fe... :-)P

    Abração!

    ResponderExcluir
  2. muito bom!!!!
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    ResponderExcluir
  3. Muito bom - aliás, sensacional! - é você deixar um comentário aqui!!!!!

    Obrigadão, menina!!! E seja sempre bem vinda!!!

    Beijão!

    ResponderExcluir
  4. Long Live Farofa-fá, Jaime!!! :-)P

    Mas eu acho que isso não é do seu tempo, hehehe!

    Abração!

    ResponderExcluir
  5. Adorei Oz, e já fiquei imaginando que, se fosse comigo, a farofa sairia mesmo voando pela mesa ^_^
    Beijos

    ResponderExcluir
  6. E seria ótimo se tudo fosse parar na cara do "Tropeço", né? Hehehehe!

    Beijos!

    ResponderExcluir
  7. Ahahahahah!
    Belo truque!
    HUmm sushi, farofa....ai ai ai
    Tô com fome!
    :))

    ResponderExcluir