sexta-feira, 1 de maio de 2009

CINEMA DE PAPEL (Parte 7) - E O HOMEM VOOU

CINEMA DE PAPEL (Parte 7) – E O HOMEM VOOU

Oswaldo Lopes Jr.

 

(Matéria escrita para a revista VEREDAS # 28 do Centro Cultural Banco do Brasil em abril de 1998, e republicada aqui na VALISE DE CRONÓPIO em oito partes)

 

 

Foi em 1978 que a dupla de produtores Richard e Ilya Salkind reuniu um time de primeira para fazer o maior filme de super-herói de todos os tempos: Superman. Com Richard Donner na direção, Mario Puzzo no roteiro e John Williams criando uma rilha sonora inesquecível, o então novato Christopher Reeve vestiu a malha azul e a capa vermelha e nos fez realmente acreditar que o homem pode voar. O ótimo Gene Hackman como um Lex Luthor caricato e Marlon Brando impondo respeito como Jor-El, o pai do herói, completavam a química perfeita.

 

O mesmo já não se pode falar do pretensioso Batman, de Tim Burton (ou suas lamentáveis sequências). A extraordinária cenografia de Gotham City, os figurinos, a interpretação de Jack Nicholson e a eficiente trilha sonora de Danny Elfman não compensam os graves defeitos: a inadequada escalação de um ator para um personagem conhecido (Michael Keaton como Batman ainda é difícil de engolir); o maior desrespeito do phisique du rôle dos personagens (Jack Nicholson seria o Coringa perfeito se tivesse perdido uns vinte quilos); além de um mero fiapo de roteiro. Mesmo após quatro tentativas frustradas, o Homem-Morcego ainda não teve o filme que merecia.*

 

Melhor sorte teve O Corvo, sombrio personagem de um título independente criado por James O’Barr nos anos 80. Dirigido pelo videomaker Alex Proyas (que já trabalhou na MTV) e estrelado por Brandon Lee (filho de Bruce Lee, que morreu misteriosamente durante as filmagens), o filme respeita a cartilha da tradução HQ-cinema, com referências que misturam pintura gótica, filmes de horror e painéis de Frank Miller. A trilha sonora pop-rock contemporânea dá o tom para a triste e violenta história de vingança post-mortem.

 

 

* Apenas lembrando que este texto foi escrito antes das versões mais recentes de Batman e do Superman.

 

 

A SEGUIR (E FINALIZANDO)... 24 QUADROS EM QUADRINHOS.

 

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