segunda-feira, 30 de janeiro de 2006

“HORROR DE DRACULA” (“Dracula”, 1958), de Terence Fisher

Rating:★★★
Category:Movies
Genre: Horror
Direção: Terence Fisher
Roteiro: Jimmy Sangster, baseado no livro “Drácula” de Bram Stoker
Produção: Michael Carreras, Anthony Hinds, Anthony Nelson Keys / Hammer Films
Fotografia: Jack Asher
Montagem: Bill Lenny, James Needs
Música: James Bernard
Direção de Arte: Bernard Robinson
Elenco: Christopher Lee, Peter Cushing, Michael Gough, Carol Marsh, Melissa Stribing, John Van Eyssen, Olga Dickie, Charles Lloyd Pack, Valerie Gaunt

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Conde Dracula: “I am Dracula and I welcome you to my house. I must apologize for not being here to greet you personally, but I trust you've found everything you needed.”

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Dr. Van Helsing: "The victims constantly desist being dominated by vampirism, but are unable to relinquish the practice similar to addiction to drugs."

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Michael Gough já foi o perverso Emeric Belasco embalsamado de “A Casa da Noite Eterna” e hoje é mais conhecido como o mordomo Alfred dos “Batmans” de Tim Burton. Mas em outros tempos ele conheceu de perto o legítimo homem-morcego: o Conde Drácula, o mais famoso e temido de todos os vampiros. “Horror de Drácula” (título no Brasil e nos EUA, pois na Inglaterra se chamou apenas “Dracula”, informação que só fiquei sabendo AGORA graças à minha amiga Ana Paul – anapaul.multiply.com – apesar de quatro décadas estudando o vampirismo) foi o primeiro filme com o temível Conde produzido pela lendária produtora inglesa Hammer Films. Também foi o primeiro filme colorido de vampiro que se tem notícia. E foi a estréia de Christopher Lee na pele gelada do Conde Drácula.

Aproveitando o mesmo time do sucesso de “The Curse of de Frankenstein” do ano anterior (o diretor Terence Fisher, o roteirista Jimmy Sangster e a dupla de astros Lee e Cushing), a Hammer Films embarcou de mala e cuia para a Transilvânia, apostando no sucesso. E ele veio, sem precisar pedir licença para entrar, como um vampiro. O filme foi um grande sucesso de público, apesar da crítica considerá-lo pesado e forte demais. Para as platéias de hoje talvez fosse considerado lento e caricato demais. Porém, para quem busca o horror tradicional e ainda sente medo imaginando o que pode estar escondido debaixo da cama, “Horror de Drácula” é uma festa.

Mesmo não sendo fiel ao livro de Bram Stoker (a ação se passa quase toda na Alemanha, os personagens do Dr. Seward e de Jonathan Harker são relegados a segundo pano e Renfield simplesmente foi esquecido), o filme rendeu uma série de continuações, a grande maioria com Christopher Lee como Drácula e Peter Cushing como seu nêmesis Van Helsing: “As Noivas de Drácula” (60, com Cushing, sem Lee), “Drácula, o Príncipe das Trevas” (66), “Dracula Has Risen From the Grave” (68), “Taste the Blood of Dracula” (69), “Scars of Dracula” (70, todos estes com Lee e sem Cushing), “Dracula – A.D. 1972” (72) e “Ritos Satânicos de Drácula” (73, ambos com Lee e Cushing novamente).

Para quem é admirador de filmes de terror e acompanha a trajetória da Universal, da American International Pictures, da Hammer e da Amicus, uma coisa é certa. Assim como nunca houve uma mulher como Gilda, nunca houve um Dr. Van Helsing como Peter Cushing. E principalmente – os fãs de Bela Lugosi, Frank Langella ou Gary Oldman que me desculpem mas – nunca houve um Conde Drácula como Christopher Lee.


10 comentários:

  1. Não gosto de cinema de horror; um pouco mais - sinto mal com estes tipos de filme, mas sei
    o valor tecnicamente bom.
    Beijocas Mister Oz!

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  2. Não há gênero que me entusiasme mais na vida, Lucy! Eu CRESCI assistindo a todos estes filmes de terror gótico na TV, e com o incentivo da minha mãe!!! Se hoje eu sou fanático por cinema, agradeço acima de tudo a ela e a meu pai, que me deixavam ficar acordado vendo todos estes filmes da Hammer, da Amicus, da Universal e da AIP na TV tarde da noite!!! :-)))

    Agora, o "terror" que apela pro "sangue & tripas", o horror "gore", que só causa nojo e não causa medo, eu repudio com todas as minhas forças!!!!

    Como diria meu mestre H. P. Lovecraft, "A emoção mais forte e mais antiga do homem é o medo, e a espécie mais forte e mais antiga de medo é o medo do desconhecido. Poucos psicólogos contestarão esses fatos, e a sua verdade admitida deve firmar para sempre a autenticidade e dignidade das narrações fantásticas de horror como forma literária." E cinematográfica, acrescento eu. ;-))

    Beijão!!!

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  3. Eu adoro filme de terror. Eu me divirto muito. Esse daí deve ser muito bom.
    Abraços,

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  4. gosta dos mais antigos também, Oz?
    Tenho um carinho tão grande pelo expressionismo Alemão....
    E tenho um problema com esses da Hammer em relação à fotografia. Parece tudo tão clarinho, pouco jogo de luz e de sombras. Terror é sombra!

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  5. Expressionismo alemão é o movimento que mais adoro em toda a história do cinema, Ana!!! Caligari, Nosferatu, Metropolis, A Última Gargalhada, M, O Golem... amo muito tudo isso!!! :-))

    Mas como já cansei de dizer por aqui, cresci vendo todos os filmes de Dracula da Hammer, todos os filmes de terror em episódios da Amicus, todos as adaptações de Edgar Allan Poe do Roger Corman e mais um monte de velharias deliciosas na TV!!! Christopher Lee, Peter Cushing, Vincent Price, Boris Karloff, Peter Lorre, Roddy McDowall, Lon Chaney Jr., Claude Rains... essa turma fazia parte da minha família, tanto quanto Garibaldo, Capitão Aza e Topo Giggio, hehehe!!! Essa turma toda literalmente FEZ A MINHA CABEÇA!!! Mas consigo ter um distanciamento crítico hoje.

    Concordo contigo sobre terror ser sombra. Me faz lembrar os filmes do Val Lewton, talvez o melhor de todos os diretores americanos do gênero! "Cat People" e "The Curse of the Cat People" são verdadeiras obras-primas de terror expressionista feitas nos EUA!!! Com MUITA SOMBRA!!!

    Mas apesar do colorido dos filmes da Hammer, toda a minha lembrança emocional é de que todos os filmes de Drácula eram sombrios, lúgubres, assustadores!!! Sinceramente, por mim não perdem em nada no sentido de aterrorizar o público.

    Beijos vampirescos,
    Oz

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  6. Sou obrigado a concordar!

    Entusiasticamente! :-)))

    E não só para o terror!!!

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  7. Esse eu vi, passa de vez em quando na tv a cabo e realmente como Drácula ele é imbatível.
    Se bem que gostei bastante do Gary Oldman, se não fosse pela imagem tão marcante do Lee, acho que seria o mais interessante de todos.

    Bjs

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  8. Sílvia, Gary Oldman é um grande ator, provavelmente melhor que Sir Christopher Lee. Porém Sir Lee tem o "physique-du-role" (nunca sei escrever esse troço certo), o porte e a voz MAIS QUE PERFEITOS pra encarnar o Conde Drácula, como NINGUÉM até hoje conseguiu. ;-))

    Beijos vampirescos!

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  9. Concordo na questão física do personagem Oz. Mas na literatura Drácula não é tão duro assim, ele também tem um lado que sofre e tem sentimentos contraditórios. Nessa parte o Oldman é melhor por passar sem dizer nada esses conflitos internos. Basta um olhar, um gesto e dá pra sentir a luta interna do personagem, coisa que não sinto no Lee. O personagem com ele é o mal pelo mal e pronto. Duro. Insensível bebedor de sangue.

    Ao meu ver considero o Oldman mesmo como a melhor caracterização tirando como base o livro de origem e não a imagem mítica do que seja um vampiro. Aliás, o livro é a origem de tudo que o cinema e mais tarde outros autores tiraram como elementos.

    Bjkas sem sangue...

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