terça-feira, 24 de janeiro de 2006

“A CASA DA NOITE ETERNA” (“The Legend of Hell House”, 1973), de John Hough

Rating:★★★★
Category:Movies
Genre: Horror
Direção: John Hough
Roteiro: Richard Matheson, baseado no seu livro “Hell House”
Produção: Albert Fennell, James H. Nicholson, Norman T. Herman, Susan Hart / 20th Century Fox
Fotografia: Alan Hume
Montagem: Geoffrey Foot
Música: Brian Hodgson, Delia Derbyshire, Dudley Simpson
Direção de Arte: Robert Jones
Elenco: Roddy McDowall, Pamela Franklin, Clive Revill, Gayle Hunnicutt, Roland Culver, Michael Gough, Peter Bowles

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Chris Barrett: “Esta é a pior de todas as casas mal-assombradas. Houve duas tentativas de investigá-la. Foi um desastre, oito pessoas morreram. Fischer foi o único que sobreviveu. E quando se arrastou para fora era um caos mental.”

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Emeric Belasco (voz no gramofone): “Bem-vindos a minha casa. Estou contente porque vieram. Estou certo que vão achar sua estada aqui muito esclarecedora. Pensem em mim como seu anfitrião invisível. E acreditem, durante sua estada aqui estarei com vocês em espírito. Possam vocês achar a resposta que procuram. Ela está aqui, eu lhes juro. E agora... auf Wiedersehen.”

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Ann Barrett: "O que fez ele para deixar essa casa tão malévola, Sr. Fischer?"
Ben Fischer: “Vício de drogas, alcoolismo, sadismo, bestialidade, mutilação, assassinato, vampirismo, necrofilia, canibalismo, para não mencionar uma porção de perversões sexuais. Mas eu... devo prosseguir?”
Ann Barrett: “E como isso terminou?”
Ben Fischer: “Se isso tivesse terminado nós não estaríamos aqui.”

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Ben Fischer: “Eu fui o único que conseguiu sair vivo e são em 1953. E eu vou ser o único a conseguir sair vivo e são também desta vez.”

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Richard Matheson não só é um grande roteirista de TV e cinema como também é um dos melhores escritores de literatura fantástica da segunda metade do século 20. Em seu currículo figuram contos e romances – muitos deles transformados em filmes – como “Encurralado”, “O Incrível Homem Que Encolheu”, “Em Algum Lugar do Passado”, “Eu Sou a Lenda” (filmado duas vezes, com Vincent Price e Charlton Heston), além de dezenas de episódios da clássica série “Além da Imaginação” (onde se destaca “Nightmare at 20.000 Feet”) e adaptações de contos de Edgar Allan Poe para Roger Corman e a American International Pictures.

Confesso admirador do romance “A Assombração da Casa da Colina” de Shirley Jackson e de sua versão cinematográfica, “Desafio ao Além” (63) dirigida por Robert Wise, Richard Matheson escreveu sua própria história de casa mal-assombrada, “Hell House”, que ele mesmo roteirizou para o cinema como “A Casa da Noite Eterna”. Um milionário moribundo, Rudolph Deutsch (Culver), oferece ao físico Chris Barrett (Revill) cem mil libras para investigar a mansão do falecido Emeric Belasco (Gough), um pervertido, onde vários investigadores da paranormalidade e do ocultismo tinham sido mortos ou enlouqueceram. Deutsch acredita que a Mansão Belasco – conhecida como “a casa do inferno” ou “a mansão macabra”, a habitação mais maléfica do mundo graças às perversidades de seu antigo dono – é o único lugar na Terra onde a sobrevivência após a morte possa ser provada. Barrett chega à mansão acompanhado da esposa, Ann (Hunnicutt), de uma jovem médium, Florence Tanner (Franklin) e do único sobrevivente de uma anterior experiência na casa vinte anos antes, Ben Fischer (McDowall). Na lúgubre e assombrada Mansão Macabra ocorrem então estranhos e aterradores fenômenos sobrenaturais.

Para todos os que querem aprender a fazer um bom filme de terror, “A Casa da Noite Eterna” é uma verdadeira aula. Uma trilha sonora eletrônica bastante eficaz e recheada de ruídos estranhos, uma cenografia condizente com o estereótipo de casa mal-assombrada que mora em nosso inconsciente coletivo, uma fotografia que sabe explorar ângulos incomuns e faz uso de grande-angulares na medida certa, interpretações comedidas e principalmente uma narrativa tensa e perturbadora, com cenas que nos fazem ter pesadelos por meses. Tudo isso pode ser encontrado no filme de John Hough. E por tudo isso, “A Casa da Noite Eterna” é um daqueles filmes que não deve ser visto sozinho e à noite.

Particularmente este é meu filme de casa mal-assombrada favorito, logo seguido de “Desafio ao Além”. Impossível esquecer as vezes em que o assisti na Sessão de Gala e no Festival de Sucessos, na Globo. E agradeço por ter esquecido todos os pesadelos que tive depois disso.


16 comentários:

  1. Acabei de rever. Duas vezes. E se não fosse o "24 Horas" depois não sei ia conseguir dormir.

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  2. Mais um filme que eu adoro e tenho em vídeo, gravado da Globo...

    Um dia eu o assisti novamente, em companhia de uma, então, adolescente que não gostou.
    Perguntou-me "como pode ser um filme de terror se quase não tem sangue?"
    Terror para ela era de Jason pra baixo! Fazer o que?

    =)

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  3. Ah... ela não sabe o que está perdendo...

    Como o Oz, na época tive pesadelos arrepiantes.

    E o engraçado é que justamente nao haviam cenas *gore*, a coisa estava no suspense, no roteiro, não nos (d)efeitos especiais...

    :))

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  4. Nesse caso só assistirei com o sol a pino e longe da hora de dormir...

    Bjkas

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  5. Se sua amiga acha que "terror" significa banho de sangue então está certíssima em não gostar de filmes extraordinários como "A Casa da Noite Eterna", "Desafio ao Além" e toda a obra de Val Lewton. Que fique com os Jasons, Chuckys e Freddys da vida. E que se banhe todo dia nos filmes deles.

    Para mim o objetivo básico de um bom filme de terror é causar MEDO e não NOJO. Cada vez mais há uma deturpação disso, principalmente por parte do público e de algumas produções que emporcalham e arrastam o gênero na lama.

    Bem que eu adoraria ver gente como ela trancada num cinema às escuras passando o "Cat People" original, "Maldição do Sangue de Pantera", "Desafio ao Além", "A Casa da Noite Eterna", "Psicose" e outras coisas que dão frio na espinha.

    Abraços, Eugênio!

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  6. Exato, Paula. No terror, o que não se vê é muito mais poderoso do que o que é mostrado aos olhos do público. Filmes de terror realmente eficazes não mostram quase nada, apenas sugerem. Cada um tem seu monstro e seu pesadelo particular bem escondido no inconsciente. E um bom diretor sabe mexer com o de cada espectador em particular, sem mostrar nenhum dublê numa roupa de borracha, baldes de sangue e tripas ou efeitos pirotécnicos que causam enjôo na platéia.

    Beijos,
    Oz,
    fazendo um festival privado de filmes da Amicus Productions em casa.

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  7. Quer emprestado, Sílvia? Esse é bom de ver à noite... sozinho... no escuro... hehehe! >:-))

    Beijos e bem-vinda!
    Oz

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  8. Bom... tenho que fazer uma confissão. Tenho um estômago sensibilíssimo... Sou capaz de passar muito mal vendo essas cenas explícitas e sou capaz de passar muito mal imaginando a explicidade delas também... haja sonrisal... rs

    Meu negócio é suspense. Cada vez que *o gato sai do armário* (aquelas cenas clássicas em que a mocinha vai abrir o armário onde ela acha que está o monstro, mas é só o gato da vovó assustado escondido dentro dele e que salta na direção da camera), eu pulo na cadeira do cinema!!! rsrsrsrs

    bjim

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  9. É ruim heim...Iria imaginar todos barulhos possíveis e passaria a noite em claro pelo que vocês estão falando aqui.
    Esse tipo de filme de estremecer os nervos só de dia e depois ver algo como Bob Esponja pra aliviar.

    Beijocas querido fantasminha verde...É um fantasma, não é?

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  10. Não, Sílvia, este é o Grande Cthulhu (veja meu post http://ozlopesjr.multiply.com/journal/item/97), criatura medonha, verde, com garras de dragão, asas de morcego e vários tentáculos no lugar do rosto, do tamanho de uma montanha, que está adormecida a bilhões de anos no fundo do oceano Pacífico, e que influencia os sonhos de seus seguidores humanos, preparando-se para voltar, com outros deuses, antigos e criaturas alienígenas - como Nyarlathotep, Azathoth, Shub-Nighurat, Yog-Sothot, Mi-Gos, Andarilhos Dimensionais, Shoggoths, entre outros - e dominar a Terra novamente, como fizeram antes do surgimento dos dinossauros. :-)P

    Espere para o início do mês que vem um álbum completo com mais de 150 imagens de Cthulhu, seus asseclas e toda a obra de H. P. Lovecraft, da cabeça de quem tudo isso saiu nos anos 20. ;-)

    Beijos cthulhianos,
    Oz

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  11. Isso me lembra muito uma cena de "Alien" do Ridley Scott, Paula... hehehe!

    Beijos assustadores,
    Oz

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  12. Caraca!!! E é tão simpático!!!
    Que meda...

    Bjs

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  13. É que essa é a versão cartoon, "bunitinha" dele... hehehe! ;-)

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  14. Alien foi o seguinte!!!! Estava vendo o filme pendurada no teto, presa pelas unhas!!! rsrsrsrs

    Vou confessar, hein, olha lá... no Alien 3 tem uma cena q a Rippley vai abrir o externo da garotinha para ver se o alien tá la dentro... sabe qual? Meu cararada... foi ver a cena e bateu teto preto, por pouco não desmaiei no cinema! O que é a força da imaginação....

    Mudando de assunto, o ator do filme A Casa da Noite Eterna que faz o papel do cara que mexe com a máquina na casa, o *fantasmógrafo* [rs], ele não estreou um outro filme, bizarríssimo, de uma estátua de Golem que volta à vida quando um papiro malvado é colocado na sua boca? Vi esse filme com uns 7-8 anos de idade... nem preciso dizer que não dormi.... :)

    bjs
    Paulinha

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  15. Como consigo este filme?
    Richard Matheson foi (e ainda é) um grande mestre da fantasia e do horror. Há de se considerar os feitos dele!
    Grande!

    Abraços
    Leonardo Nunes Nunes

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