quinta-feira, 11 de novembro de 2004

3º FESTRIO - 1986




3º FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA, TV E VÍDEO DO RIO DE JANEIRO - De 20 a 29 de novembro de 1986.

Dois dos três cartazes oficiais do festival (foto 1 e 2).

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Em 1986 acabou-se para mim o trabalho de “leão-de-chácara” do mercado de filmes do FestRio. Nesta terceira edição do festival eu trabalhei como repórter da Revista Cinemin, onde comecei a trabalhar como crítico nesse mesmo ano (até 1990, onde assinei a seção mensal de cinema fantástico). Mais uma vez o Hotel Nacional sediou o festival (foto 3), que se espalhou por vários cinemas da cidade, entre eles o saudoso Ricamar (foto 4), hoje Sala Baden Powell.

Fiz a cobertura das palestras dos convidados. E olha que nesse ano veio convidado que não acabava mais! O japonês Nagisa Oshima, diretor do polêmico “O Império dos Sentidos” (fotos 5 e 6)... o iugoslavo Dusan Makavejev, diretor de “Montenegro – Pérolas e Porcos” e “The Coca-Cola Kid” (foto 7)... o ator Klaus Maria Brandauer, de “Mephisto”, “Coronel Redl” e “007 – Nunca Mais Outra Vez” (fotos 8 e 9)... o francês Roger Vadim, diretor de “Barbarella” e “E Deus Criou a Mulher” (e ex-marido de Catherine Deneuve, Jane Fonda e Brigitte Bardot) (fotos 10 e 11)... o americano Jim McBride (foto 12), diretor de “A Força do Amor”, com Richard Gere e Valerie Kaprisky (cujo postal foi devidamente autografado por ele, foto 13) e que veio apresentar “Ajuste de Contas”, com Dennis Quaid...

O 3º FestRio abriu com o filme “Uma Janela Para o Amor”, de James Ivory (foto 14) e o curta-metragem “It’s All True”, de Orson Welles e Richard Wilson (foto 15, com a equipe), com o material inédito do que sobrou do filme de Welles no Brasil sobre os jangadeiros. Para encerrar o festival foram escolhidos o curta “A Espera”, de Maurício Farias e Luís Fernando Carvalho, com Diogo Vilela, Marieta Severo e Malu Mader, e o longa de estréia do músico David Byrne, “Histórias Reais” (foto 16), com John Goodman.

David Byrne (foto 17) – ex-líder da banda Talking Heads – também veio ao 3º FestRio, acompanhado do diretor Jonathan Demme (nas fotos 18, 19, 20 e 21) e da figurinista e atriz Adelle Lutz (nas fotos 19, 20, 21 e 22). Demme, mais famoso por ter ganho o Oscar em 1990 com o seu “O Silêncio dos Inocentes”, veio mostrar o documentário musical “Stop Making Sense” (foto 23), sobre uma turnê dos Talking Heads de David Byrne. Eu peguei um autógrafo dele na capa do LP (foto 24), mas esqueci de pegar um de Byrne. Adelle Lutz também faz parte da trupe. Trabalhou com Demme atuando em “Totalmente Selvagem” e “O Silêncio dos Inocentes” e com Byrne em “Histórias Reais” e nos shows do Talking Heads como figurinista. E em 1987, os dois se casaram.

Outro que esteve por aqui foi o controverso diretor americano Spike Lee (fotos 25 e 26), trazendo seu primeiro filme, “She’s Gotta Have It”, debaixo do braço. Lee parecia entediado o tempo todo e não esboçou um sorriso sequer durante todo o festival. Foi o Dennis Hopper – “troféu antipatia” – de 1986.

Para contrabalançar, a convidada especial da Mostra Olhar Feminino foi a presença mais luminosa de todo o 3º FestRio: a extraordinária Laurie Anderson (fotos de 27 a 34). Compositora, cantora, violinista, cineasta, artista plástica, e mais algumas outras coisas, Laurie Anderson deu uma palestra concorridíssima e apresentou seu filme-show “Home of the Brave” (foto 35). Eu tive a sorte de assisti-lo na mesma sessão que ela, num dos cinemas do Shopping Fashion Mall, bem atrás da minha musa. E durante a palestra eu fiquei sentado no chão diante de miss Anderson, fotografando sem parar, com uma camiseta do "Rumble Fish" (foto 33). Logo atrás de mim, sentadas na primeira fileira, minha ex-namorada Roni Filgueiras e minha grande amiga Cláudia Dottori, prestavam atenção na palestra. É claro que não deixei de pegar um autógrafo de Laurie Anderson na capa do LP “Big Science” (foto 36). “Hello Oswaldo! From Laurie Anderson”. :-D

Entre os filmes mais marcantes do 3º FestRio estavam “After Hours”, de Martin Scorcese (bizarramente traduzido aqui como “Depois de Horas”, foto 37), com Griffin Dunne e Rossana Arquette; “Down By Law”, de Jim Jarmusch (outra “tradução” dantesca: “Daunbailó”, foto 38), com Roberto Benigni, Tom Waits e John Lurie; “Sid e Nancy – O Amor Mata”, de Alex Cox (foto 39), com Gary Oldman; “Sugar Baby” (que virou “Estação Doçura” por aqui), do alemão Percy Adlon (foto 40), com a gordinha Marianne Sägebrecht, que ficou mais famosa por “Bagdá Café”, do mesmo Adlon; “O Declínio do Império Americano”, do canadense Denys Arcand (foto 41), o mesmo do recentemente aclamado “As Invasões Bárbaras”; e “Betty Blue”, do francês Jean-Jacques Beineix (foto 42), com Béatrice Dalle e Jean-Hughes Anglade, que virou um retumbante cult movie da Geração Estação Botafogo logo depois.

Entre os brasileiros, o grande destaque foi para o lançamento de “Ópera do Malandro”, de Ruy Guerra, com Cláudia Ohana (os dois na foto 43), Edson Celulari e Ney Latorraca, com roteiro de Orlando Sena (hoje Secretário de Cultura do governo Lula). A equipe também deu uma entrevista coletiva que lotou o auditório (foto 44). Também foi em 86 que o curta-metragem brasileiro “Frankstein Punk”, de Eliana Fonseca e Cao Hamburger (foto 45) estreou com imenso sucesso de crítica e de público. E deu aos diretores o prêmio de melhor curta do festival (foto 46). Aliás, muito merecido, pois sem dúvida é um dos melhores e mais divertidos curtas dos anos 80.

Além de “Frankstein Punk” e da atriz francesa Sabine Azema, que ganhou o Tucano de Melhor Atriz pelo filme “Meló”, de Alain Resnais (foto 47), não me lembro das premiações do 3º FestRio – até porque não fotografei. Mas lembro bem que, como quase tudo no Brasil, o festival acabou em samba, com uma apresentação de uma Escola de Samba carioca no palco do cine-teatro do Hotel Nacional (foto 48).

Por enquanto é só, pessoal! :-)

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P.S.: TODAS as fotos postadas aqui, com exceção dos posters de filmes, dos cartazes do festival e das fotos onde apareço, são de minha autoria e não devem ser reproduzidas sem a minha expressa autorização. Obrigado.

20 comentários:

  1. Oswaldo,

    eu postei uma foto da festa do festrio na piscina do Nacional lá no log uma vez...

    :-))))

    Abs

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  2. vixe, menino,
    vc tem o dom de me fazer viajar numa máquina do tempo...
    que delícia...
    ... o show da laurie no canecão e...
    êi! cadê meu lp?! tenho que procurar...
    ... betty blue foi um escândalozinho, lembra?

    eu devia ser meio à toa (ou devia estar...) pq assisti a todos os filmes que vc citou aqui...
    adorei, adorei.
    vou ficar viajando um pouco mais...
    bjs

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  3. Tantas madrugadas nessa fila... Hoje eu moro naquela rauzinha em frente ao saudoso Ricamar e ele nao eh mais cinema. Uma lastima.

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  4. Esse cara eh um charme...maravilhoso ator!!!!

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  5. maravilhoso lembrar desses filmes OZ :-))))que presente!!!!!

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  6. babou mesmo......eu tb babaria, e o verbo todo babar:-))))
    bom te ver nessa foto.....

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  7. n'ao esqueco aquela estrada no fim do filme...tem cenas que vc nunca esquece:-) muito boa foto...

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  8. Adoro Roger Vadim, tenho muitos filmes dele gravados, um de meus diretores favoritos!!
    Bjos

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  9. Nossa. É um baita ator.
    Adorei ele em MEPHISTO e COREONEL REDL.

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  10. Viu? Não te disse? ;-)P

    Também ADORO ela!!!!

    Beijo!

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  11. Viu? Não te disse? ;-)P

    Também ADORO ela!!!!

    Beijo!

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  12. Viu? Não te disse? ;-)P

    Também ADORO ela!!!!

    Beijo!

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  13. Adorei ver essas fotos. Será que você pode me enviar essas fotos? Ou é pedir demais?

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  14. Pedir demais? De jeito nenhum, Dandara! Será um prazer! Faz tempo que eu tava tentando mesmo mandar essas fotos pro teu pai ou pra você de algum jeito.

    Basta você me passar teu e-mail que eu te mando as duas fotos agora mesmo. ;-)

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