sábado, 20 de novembro de 2004

CINEMA NA UFF




Fiz curso de cinema na UFF de 1984 a 1992. Sim, o dobro do tempo normal. Simplesmente porque eu me inscrevia em várias matérias e logo depois era chamado a participar de uma penca de filmes. Até aí tudo bem. O problema é que eu me esquecia de cancelar o excesso de matérias que eu não poderia cumprir. E assim, num curso que te dava a chance de fazer dois filmes, eu acabei participando de 14. Uns ficaram inacabados, outros demoraram anos para ser terminados. Uns ganharam prêmios, outros caíram no esquecimento. Uns lançaram atores hoje consagrados, outros nós, alunos, invadíamos as cenas diante das câmeras. Alguns deles...

“A CARTOMANTE” (1985/1989), baseado no conto homônimo de Machado de Assis. Direção de Alexander Vancellote. Com Ricardo Sabença, Roberta Guariento, Juliano Serra, Yeda de Alvim Hamelim e Daniel Argolo Estill. Fiz fotos de still.

“IMPRESSO À BALA” (1985), a saga do temível bandido Escovinha contada pelo sensacionalista jornalista Antônio Bandeira, que entre fatos e invenções acaba virando notícia de suas próprias reportagens. Direção de Ricardo Favilla. Com Gilberto Miranda, Glória Melgaço, Teotônio de Paiva e Luiz F. da Conceição. Fiz continuidade.

“VIOLURB” (1985), documentário com cenas ficcionais sobre a violência urbana. Direção de Cleumo Segond. Com Vitor Lopes, Sebastião Martins, Josino Haubrich, Marcos Torres, Luiz Cláudio Rosa. Fiz assistência de fotografia não creditada e dei nome ao filme.

“VIGILANTE RODOVIÁRIO” (1986), um suposto episódio “perdido” do clássico seriado televisivo de Ari Fernandes e Alfredo Palácios. Bióloga pesquisadora descobre que micos-leões estão sendo capturados de sua reserva florestal e sendo exportados por homens inescrupulosos. Para resolver toda a trama, entra em cena o vigilante Carlos e seu fiel amigo, o cão Lobo, para juntos salvarem a mocinha e prenderem os vilões. Direção e roteiro de Felipe Borges, Flávio Cândido e Paulo Halm. Com Carlos Alberto Canano, Liz Monteiro, Roberto Bontempo, Jorge Cherques, Érico Widal, Emmanoel Cavalcanti, Rosa Helena Arras, José Joffily Filho e o cão Echos (como Lobo). Fiz assistência de produção. Foi o primeiro filme de que participei no curso de cinema, um mês depois de entrar na UFF, ainda no primeiro período.

“NICHTEROY EM FOCO” (1986/1988), paródia dos antigos cine-jornais brasileiros, mostrando o lançamento do último livro de poesias da escritora Moema Peçanha numa pastelaria que também comemora 50 anos de fundação; a volta da atriz niteroiense ganhadora do Oscar à sua terra natal; a prisão do estuprador de vendedoras de boutique de Icaraí; a tradicional pelada de praia e sua relação com os banhistas da cidade; e o seqüestro da barca Rio-Niterói, por um grupo de terroristas, e onde o cameraman filma sua própria morte. Direção coletiva de Gustavo Cascon, Luiz Guimarães de Castro, Paulo André Lima, Marcos Santos Lima, Gelson Santana, Renato Schvartz. Narração de Darci Pedrosa. Com Odete Boudet, Nobile Lima, Afonso Henriques, Elaine da Silveira, Wilson Teixeira Filho, Renato Schvartz, Márcia Watzl, Gustavo Hernandez, Hélio Muniz, Zé Biondo, Zeca Nobre Porto, Antônio Serra, Jo Name, Oswaldo Lopes Jr., Denise Fraga, Gustavo Cascon, Leonardo G. Mello, Gui Michel. Fiz fotos de still e fui o terrorista que mata o cameraman.

“COLORBAR” (1988), história com narrativa de histórias em quadrinhos, sobre um casal muito desigual. Ele, desempregado, passa os dias em casa vendo TV. Ela, secretária executiva de uma multinacional, sai cedo para trabalhar e passa o dia fora. Ele sente ódio dela pela superioridade financeira, mas algo estranho na programação da TV lhe mostra que algo trágico pode acontecer. Direção de Marcelo Mendes. Roteiro de Oswaldo Lopes Jr., David França Mendes e Marcelo Mendes. Com Eduardo Birman e Cristiana Treiger. Foi meu segundo roteiro filmado na UFF (o primeiro filme ficou inacabado) e também fiz fotos de still, e uma pequena participação como um garçom. Na primeira noite de filmagens caiu um refletor de 1000 watts na minha cabeça e eu fui levado às pressas ao Hospital Antônio Pedro. Depois de costurarem minha cabeça com 9 pontos, voltei para o set e fiz fotos até as 6 da manhã.

“O COMBUSTÍVEL DO FUTURO” (1989), uma comédia de ação. A alta cúpula do governo Norte-Americano decide invadir o Brasil com o pretexto de acabar com o tráfico de drogas. Enquanto isso, um velho e decadente astro de rock nacional e um executivo falido apelam para sua traficante "oficial", uma jovem da classe média carioca, que prontamente marca um encontro com os clientes. Direção e roteiro de Gustavo Cascon. Locução de Fausto Fawcett. Com Wilson Grey, Ana Elisa Poppe, Zeca Nobre Porto, José Joffily, Sérgio "Kodak" Vilela e Jorge Duran. Fiz fotos de still.

“ARCHIVOS IMPOSSIBLES” (1997), uma ficção científica noir - o “Blade Runner” de Niterói. Direção coletiva, com coordenação geral de Ricardo Favilla. Roteiro de Patati e Ricardo Favilla. Com Patati, Oswaldo Lopes Jr., Plínio Bariviera, Vitor Lopes, Liliana e Rogério S. Atuei como o robô Kronski, assistente do detetive Alex Sartori (Patati).

“UM C... CHAMADO PAIXÃO”, paródia de trailler de filme erótico. Direção de Renato Lemos. Com Denise Fraga e Moacir Chaves. Fiz fotos de still.

“ASSASSINATO NA ESCOLA DE CINEMA”, farsa que mistura comédia, drama, suspense e musical, sobre três alunos suspeitos de ter assassinado o professor de montagem na sala da moviola a facadas. Direção de Luiz Augusto de Castilho. Com Paulão, Gustavo Cascon, Humberto Martins e outros. Fiz assistência de direção, e também dirigi a cena de ação no fim do filme.


Entre os filmes inacabados estão...

“SONATA”, baseado no conto homônimo de Érico Veríssimo, com Denise Fraga e Daniel Dantas. Fiz fotos de still e foi onde conheci a Denise.

“A GAROTA DA PRAIA”, sobre um sujeito que se apaixona por uma bela menina que conhece na praia, mas que esconde um segredo além da imaginação. Primeiro argumento e roteiro meu filmado, onde também fiz fotos de still, com direção de Marcelo Mendes, deve ser lançado até o ano que vem.

“O JATO DE SANGUE”, baseado na obra de Antonin Artaud, com direção de Cláudia Dottori, Ana Lúcia Milhomens e Rita Ivanissevich. Fiz fotos de still.


Além desses fiz outros filmes fora da faculdade, mas aí é outra história...

2 comentários:

  1. poxa, mto legal isso.
    eu ano q vem pretendo fazer vest pra uff.... mas foda eh q eh integral... nao sei o q faço da vida... tenho q me sustentar, mas tenho q estudar cinema!

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  2. Que maravilha, meu caro Oswaldo! Tens muitas histórias pra revelar, hein? Eu e todas as torcidas estamos aqui, na fila do gargarejo, esperando a próxima estréia
    Abraços

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