sexta-feira, 15 de outubro de 2004

Conto (2) - "TERAPIAS", de Julio Cortázar


TERAPIAS

Um cronópio se forma em Medicina e abre um consultório na Rua Santiago del Estero. Logo chega um doente e conta como há coisas que doem e como de noite não dorme e de dia não come.

- Compre um buquê grande de rosas - diz o cronópio.

O doente se retira surpreso, mas compra o buquê e fica bom instantaneamente. Cheio de gratidão corre para o cronópio e além de pagar a consulta, lhe dá de presente, fino testemunho, um belo buquê de rosas. Apenas ele sai, o cronópio cai doente, sente dores por todo lado, de noite não dorme e de dia não come.

(Julio Cortázar, em "Histórias de Cronópios e de Famas")


* * * * *

ILUSTRAÇÃO: Uma fama amiga minha muy querida no papel de cronópio. Fotos minhas tiradas em 1987. As rosas são da internet.

3 comentários: